Deus é o porquê da confiança

Deus não é uma ideia. A fé é a certeza de que este mundo é apenas algo do qual fazemos parte, mas que é para nós. Serve para o nosso bem. A realidade não é contra o que somos, é para nosso proveito, por amor. Só quem não confia em nada vive longe de Deus. Talvez viva cheio de si, condenando tudo e todos. Viver desconfiado não é viver… é morrer de forma lenta e constante. Confiar é ver mistérios bons em nós e em torno de cada um dos nossos dias. Só confiarás nos outros, se confiares em ti, porque todos tendemos a ver fora de nós aquilo que há no nosso interior. Os inocentes tendem a ser crédulos e os culpados a ser desconfiados… ninguém é melhor do que um mentiroso para detetar outro, assim também, os que vivem de acordo com valores mais ousados reconhecem até o bem que há nos que não parecem ter nenhum. Procura escutar Deus. Não julgues que Ele é diferente da Vida. Conhece-te a ti mesmo e aos que vivem contigo. Ama-os. Vive e em pouco tempo descobrirás quem enche a tua vida com o seu sopro. Assim que descobrires que és uma parte essencial do mundo, terás a certeza de que és conhecido e amado, de que és mais, muito mais, do que aquilo que costumas julgar no dia a dia. Ainda que tudo te falhe, não perderás Deus, porque nunca deixará de confiar em ti. (© iMissio)

XII Domingo do Tempo Comum

A Palavra de Deus do XII Domingo do Tempo Comum coloca no centro da nossa reflexão a figura de Jesus: quem é Ele e qual o impacto que a sua proposta de vida tem em nós? A Palavra de Deus que nos é proposta impele-nos a descobrir em Jesus o “messias” de Deus, que realiza a libertação dos homens através do amor e do dom da vida; e convida cada “cristão” à identificação com Cristo – isto é, a “tomar a cruz”, a fazer da própria vida um dom generoso aos outros. I Leitura (Zc 12,10-11; 13,1) A primeira leitura apresenta-nos um misterioso profeta “trespassado”, cuja entrega trouxe conversão e purificação para os seus concidadãos. Revela, pois, que o caminho da entrega não é um caminho de fracasso, mas um caminho que gera vida nova para nós e para os outros. João, o autor do Quarto Evangelho, identificará essa misteriosa figura profética com o próprio Cristo. II Leitura (Gal 3, 26-29) A segunda leitura reforça a mensagem geral da liturgia deste domingo, insistindo que o cristão deve “revestir-se” de Jesus, renunciar ao egoísmo e ao orgulho e percorrer o caminho do amor e do dom da vida. Esse caminho faz dos crentes uma única família de irmãos, iguais em dignidade e herdeiros da vida em plenitude. EVANGELHO (Lc 9,18-24) O Evangelho confronta-nos com a pergunta de Jesus: “e vós, quem dizeis que Eu sou?” Paralelamente, apresenta o caminho messiânico de Jesus, não como um caminho de glória e de triunfos humanos, mas como um caminho de amor e de cruz. “Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-l’O nesse caminho de entrega, de doação, de amor total. (Dehonianos) XII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Celebra-se nesta Quinta-Feira a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, também conhecida como festa do Corpo de Deus. Esta celebração, que foi instituída há mais de oito séculos, pretende salientar o significado do Sacramento da Eucaristia e a sua importância para a vida cristã. “ISTO É O MEU CORPO… ISTO É MEU SANGUE… FAZEI ISTO EM MINHA MEMÓRIA” É desta forma que Jesus Cristo, quando estava reunido com os apóstolos na Última Ceia, entregou, sob as espécies do pão e do vinho, o seu Corpo oferecido em sacrifício e o seu Sangue derramado em remissão dos pecados, instituindo desta forma o Sacramento da Eucaristia. A Eucaristia distingue-se dos outros Sacramentos porque, além de ser um sinal eficaz da graça, é também a celebração do memorial do mistério pascal de Cristo. Dizer memorial não é somente recordar os acontecimentos do passado, mas é tornar presente e actualizar o sacrifício que Jesus Cristo ofereceu ao Pai, na cruz, em favor da humanidade. A Eucaristia é o centro de toda a liturgia da Igreja. Sempre que se celebra a Eucaristia cumpre-se a missão que Jesus Cristo confiou aos Apóstolos – fazei isto em minha memória- e realiza-se, pela consagração das espécies do pão e do vinho, a sua presença de modo verdadeiro, real e substancial. Comungar as espécies consagradas não é apenas receber o Corpo de Cristo, mas também os frutos do seu sacrifício redentor. Como Jesus disse: “quem comer deste pão e beber deste vinho, viverá para sempre” Como refere o Catecismo da Igreja Católica, “a Eucaristia é o coração e o ponto mais alto da vida da Igreja, porque nela Cristo associa a mesma Igreja, com todos os seus membros, ao seu sacrifício de louvor e de acção de graças, oferecido ao Pai uma vez por todas na Cruz; por este sacrifício Ele derrama as graças da salvação sobre o Seu Corpo, que é a Igreja”. Na celebração da Eucaristia, Jesus Cristo convida-nos a acolher a salvação que nos oferece e a receber o seu Corpo e o seu Sangue, pelo qual nos é facultada a possibilidade de entrar em comunhão com Ele e com todos os membros do seu Corpo Místico. A Palavra de Deus desta solenidade centra-se particularmente na Eucaristia e no lugar que ela deve ocupar na vida de todos os cristãos. LEITURA I Gen 14, 18-20 «Ofereceu pão e vinho» Melquisedec, que sai ao encontro de Abraão de regresso dum combate, dirigindo uma acção de graças a Deus e oferecendo pão e vinho, é, segundo o Salmo 109, a figura do futuro Messias, Sacerdote e Rei. Na sua oferenda, a tradição cristã, a partir de S. Cipriano, vê um verdadeiro sacrifício, tipo do Sacrifício Eucarístico. Ao mencionar, no Cânon romano «a oblação de Melquisedec, sumo sacerdote», a Liturgia faz sua esta interpretação. LEITURA II 1 Cor 11, 23-26 «Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor» A Eucaristia, hoje como no ano 57, em que Paulo nos fala da sua instituição, é um convívio festivo, mas é muito mais do que uma confraternização. Na verdade, celebrar a Eucaristia, segundo a vontade de Cristo, é participar no Seu Sacerdócio eterno e é celebrar a Sua Morte e celebrá-la unidos a Ele, em Sua «memória», isto é, para que Deus, hoje, nos salve; é participar da Sua vida de Ressuscitado, comendo o Seu Corpo e bebendo o Seu Sangue; é unir-nos a Ele, que quer prosseguir em nós a obra da Redenção, e unir-nos ao Seu Corpo, que é a Igreja; é anunciar, através do tempo, a Sua Morte, na expectativa amorosa da libertação definitiva, no mundo novo do Reino de Deus. EVANGELHO Lc 9, 11b-17 «Comeram e ficaram saciados» Acolhendo todos quantos a Ele acorrem, Jesus liberta os homens pela Sua palavra e alimenta-os, abundantemente, no deserto. O milagre da multiplicação dos pães não é apenas um sinal do Seu amor. Ele tem uma relação tão estreita com a Eucaristia que é logo a seguir à sua descrição que João nos dá o discurso sobre o Pão da Vida (Jo. 6, 1-13). O milagre da multiplicação dos pães é o anúncio e a preparação do Milagre Eucarístico, pelo qual o Senhor, através do sacerdócio ministerial, prefigurado no serviço dos discípulos encarregados de distribuir o pão, alimentará sobrenaturalmente, a humanidade. SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO

Solenidade do Corpo de Deus

O Cabido da Sé Portucalense promove no dia 16 de Junho, a tradicional Festividade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo na cidade do Porto. Neste dia, o Bispo do Porto presidirá a uma Missa Estacional na Igreja da Trindade, às 11 horas, ficando em seguida o Santíssimo Sacramento em exposição solene para a adoração dos fiéis. Às 16 horas celebram-se Vésperas solenes seguindo-se, às 16h30, a Procissão Eucarística em direção ao Terreiro da Sé, onde será dada a Bênção do Santíssimo Sacramento. A tradicional procissão sairá da Igreja da Santíssima Trindade, seguindo pela Praça Humberto Delgado, Avenida dos Aliados, Praça da Liberdade, Praça Almeida Garrett e Avenida D. Afonso Henriques, em direcção ao Terreiro da Sé, onde terminará com a Bênção do Santíssimo Sacramento.

Os idosos têm a sabedoria da vida

“O serviço alegre da fé que se aprende com gratidão” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (15/06), realizada na Praça São Pedro. Dando continuidade ao tema da velhice, Francisco recordou o episódio da cura da sogra de Simão, que ainda não é chamado Pedro, na versão do Evangelho de Marcos. “A sogra de Simão estava na cama com febre”, escreve Marcos. “Não sabemos se foi uma doença leve, mas na velhice até mesmo uma simples febre pode ser perigosa. Quando se é velho, não se controla mais o corpo. É preciso aprender a escolher o que fazer e o que não fazer. O vigor do corpo falha e nos abandona, ainda que nosso coração não pare de desejar. É preciso então aprender a purificar o desejo: ser paciente, escolher o que pedir ao corpo, à vida.” Quando envelhecemos não podemos fazer o mesmo que fazíamos quando éramos jovens: o corpo tem outro ritmo, e devemos ouvir o corpo e aceitar os limites. Todos nós temos, não é? Eu também tenho que caminhar com uma bengala agora, certo? A doença pesa sobre os idosos de uma maneira diferente e nova em relação a quando se é jovem ou adulto. É como um golpe duro que atinge num momento já difícil. Segundo Francisco, “a comunidade cristã deve tomar conta dos idosos: parentes, amigos e a comunidade. A visita aos idosos deve ser feita por muitos, juntos e com frequência. Especialmente hoje em dia, o número de idosos cresceu consideravelmente, também em proporção aos jovens, porque este inverno demográfico não faz filhos. E há muito mais idosos e poucos jovens. Devemos sentir a responsabilidade de visitar os idosos que muitas vezes estão sozinhos e apresentá-los ao Senhor com nossas orações. A vida é preciosa”. A seguir, o Papa retomou um tema repetido nas catequeses: “A cultura do desperdício parece cancelar os idosos. Sim, não os mata, mas os apaga socialmente, como se fossem um fardo a ser carregado: é melhor escondê-los.” Isso é uma traição da própria humanidade, isso é a pior coisa, isso é selecionar a vida de acordo com a utilidade, de acordo com a juventude e não com a vida como ela é, com a sabedoria do idoso, com os limites dos idosos. Os idosos têm muito para nos dar: têm a sabedoria da vida. Eles têm tanto para nos ensinar. Por isso, devemos ensinar às crianças para que cuidem deles, para que busquem seus avós. O diálogo entre jovens, crianças e avós é fundamental, é fundamental para a sociedade, é fundamental para a Igreja, é fundamental para a saúde da vida. Onde não há diálogo entre jovens e idosos, falta alguma coisa e cresce uma geração sem passado, ou seja, sem raízes. A sogra de Pedro, antes que os Apóstolos entendessem, ao longo do caminho a sequela de Jesus, mostrou o caminho também a eles. E a especial delicadeza de Jesus, que lhe “tocou a mão” e “inclinou-se delicadamente” sobre ela, deixou claro, desde o início, sua especial sensibilidade para com os frágeis e os doentes, que o Filho de Deus certamente tinha aprendido com sua Mãe. Por favor, deixemos que os idosos, que os avós estejam próximos às crianças, aos jovens para transmitir-lhes a memória da vida, para transmitir-lhes a experiência de vida, a sabedoria da vida. Na medida em que fazemos com que jovens e idosos se encontram, nessa medida haverá mais esperança para o futuro de nossa sociedade. (Vatican news)