Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 21,12-19 Jesus fala das dificuldades que terão seus discípulos: sereis presos e perseguidos; postos em prisão; sereis levados diante de reis e governadores. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um fio de cabelo sequer. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida! Como viver esse Evangelho no dia de hoje? É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida: essa frase salvou a vocação, o casamento de muitas pessoas. Talvez você também está tendo a tentação de desanimar, de dizer: não vale a pena! Estou cansado! Não sou feliz! Escute o que vou falar: a perseverança faz parte da vida dos santos! E a sua perseverança lhe prepara para a vida sem fim, junto de Deus! Palavras do Santo Padre Jesus prenuncia provações dolorosas e perseguições que os seus discípulos deverão padecer por causa d’Ele. No entanto, assegura: «Não se perderá um só cabelo da vossa cabeça» (v. 18). Ele recorda-nos que estamos totalmente nas mãos de Deus! As adversidades que encontramos devido à nossa fé e à nossa adesão ao Evangelho constituem ocasiões de testemunho; elas não devem afastar-nos do Senhor, mas impelir-nos a abandonar-nos ainda mais a Ele, à força do seu Espírito e da sua Graça. Neste momento penso, todos nós pensemos. Façamo-lo juntos: pensemos nos numerosos irmãos e irmãs cristãos, que sofrem perseguições por causa da sua fé. Existem tantos! […] No final, Jesus fez uma promessa que é garantia de vitória: «É pela vossa constância que alcançareis a salvação» (v. 19). Quanta esperança há nestas palavras! Elas são um hino à esperança e à paciência, ao saber esperar os frutos seguros da salvação, confiando no sentido profundo da vida e da história: as provações e as dificuldades fazem parte de um desígnio maior; o Senhor, Dono da história, leva tudo ao seu cumprimento. Não obstante as desordens e desventuras que angustiam o mundo, o desígnio de bondade e de misericórdia de Deus há-de realizar-se! E esta é a nossa esperança: ir em frente assim, por este caminho, no desígnio de Deus que se realizará. Esta é a nossa esperança!(Angelus de 17 de novembro de 2013)
O Evangelho é boa notícia, não se comunica com a “cara fechada”

Na Audiência Geral desta quarta-feira (27/11), o Papa Francisco, rodeado por adolescente que ele mesmo convidou para estarem ao seu lado na Praça São Pedro, dedicou sua catequese aos frutos do Espírito Santo, com especial ênfase na alegria. Inspirado pela Epístola aos Gálatas, onde São Paulo descreve os frutos do Espírito como “caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gl 5,22), o Pontífice destacou que esses frutos nascem de uma colaboração entre a graça divina e a liberdade humana e exprimem sempre “a criatividade da pessoa, na qual ‘a fé opera pela caridade’ (Gl 5,6), por vezes de forma surpreendente e alegre”. “Nem todos na Igreja podem ser apóstolos, profetas, evangelistas; mas todos nós, sim, devemos ser caridosos, devemos ser pacientes, devemos ser humildes, construtores de paz e não de guerra.” A alegria evangélica, uma fonte inesgotável Francisco relembrou as palavras iniciais de sua Exortação Apostólica Evangelii gaudium, sublinhando que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”. Essa alegria, explicou o Santo Padre, não se desgasta com o tempo e se multiplica quando compartilhada. Diferente de qualquer outra alegria humana, marcada pela transitoriedade, a alegria evangélica pode renovar-se diariamente e tornar-se contagiosa: “Somente graças a este encontro – ou reencontro – com o amor de Deus, que se converte em amizade feliz, é que somos resgatados da nossa consciência isolada e da autorreferencialidade.” Com Jesus, há sempre alegria e paz Ao recordar que, na vida, haverá momentos tristes, o Papa sublinhou que sempre haverá paz, pois com Jesus há alegria e paz: “Tudo passa rápido. Pensemos juntos: a juventude, a mocidade – passa rápido –, a saúde, as forças, o bem-estar, as amizades, os amores… Duram cem anos, mas depois… não mais que isso. Passa rápido. Aliás, mesmo que essas coisas não passassem tão rápido, depois de um tempo já não bastam ou até se tornam tediosas, porque, como dizia Santo Agostinho dirigindo-se a Deus: ‘Tu nos fizeste para Ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousa em Ti’. Existe essa inquietação do coração na busca pela beleza, pela paz, pelo amor, pela alegria.” O exemplo de São Filipe Neri O Papa destacou que a palavra “Evangelho” significa boa nova e, por isso, não pode ser comunicada com “rostos sombrios e caras fechadas”. Ao recordar a exortação de São Paulo aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!” (Fp 4,4), o Pontífice enfatizou a importância da alegria na evangelização e citou São Filipe Neri, conhecido como o “santo da alegria”: “São Filipe Neri tinha tanto amor por Deus que, por vezes, parecia que o seu coração ia explodir no peito. A sua alegria era, no sentido mais pleno, um fruto do Espírito. O santo participou do Jubileu de 1575, que ele enriqueceu com a prática, mantida mais tarde, de visitar as Sete Igrejas. Foi, no seu tempo, um verdadeiro evangelizador pela alegria. E ele tinha isso justamente de Jesus, que sempre perdoava, perdoava tudo. Talvez alguém de nós possa pensar: ‘Mas eu cometi este pecado, e este não terá perdão…’. Escutem bem isto: Deus perdoa tudo, Deus perdoa sempre. E essa é a alegria: ser perdoado por Deus. E aos padres e confessores eu sempre digo: ‘Perdoem tudo, não perguntem demais; mas perdoem tudo, tudo e sempre’.” A força da evangelização Ao concluir a catequese, o Papa incentivou os fiéis a refletirem sobre como compartilham a alegria do Evangelho em sua vida diária. “A alegria de quem encontrou o tesouro escondido e a pérola preciosa é a verdadeira força da evangelização”, afirmou o Pontífice, convidando todos a viver e comunicar o Evangelho com um coração transbordante de alegria. “Caros irmãos e irmãs, sejam alegres com a alegria de Jesus em nosso coração.”
Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 21,5-11 A respeito do templo de Jerusalém, Jesus disse: dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído. As pessoas perguntaram: quando acontecerá isso? E ele: cuidado para não serdes enganados porque muitos virão em meu nome, dizendo: sou eu, o tempo está próximo. Não sigais esta gente! Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Hoje temos que escolher o canal e os programas de TV; temos que selecionar as fontes de notícias na internet e até os livros que falam de Deus, pois nem todos são bons. Além disso nem todos os que anunciam o Evangelho são bons pastores, alguns são lobos! Estão por aí, distribuindo falsos milagres e visões aterrorizantes. Jesus é direto e diz: não sigais essa gente! Quer certeza, quer segurança: siga a Palavra de Jesus que nos vem pela Igreja Católica. Isso basta! Palavras do Santo Padre A destruição do templo predita por Jesus não é tanto uma figura do fim da história, mas da finalidade da história. De fato, aos ouvintes que querem saber como e quando estes sinais acontecerão, Jesus responde com a típica linguagem apocalíptica da Bíblia. […] E qual é a atitude do cristão? […] Os discípulos de Cristo não podem permanecer escravos dos medos e das angústias; pelo contrário, são chamados a viver a história, a deter a força destruidora do mal, com a certeza de que a ternura providente e tranquilizadora do Senhor acompanha sempre a sua ação de bem. Este é o sinal eloquente de que o Reino de Deus vem até nós, isto é, que a realização do mundo como Deus o quer está a aproximar-se. É Ele, o Senhor, quem conduz as nossas vidas e conhece o propósito último das coisas e eventos. O Senhor chama-nos a colaborar na construção da história, tornando-nos, com Ele, pacificadores e testemunhas de esperança num futuro de salvação e ressurreição. A fé faz-nos percorrer com Jesus os caminhos muitas vezes tortuosos deste mundo, na certeza de que o poder do seu Espírito vencerá as forças do mal, submetendo-as ao poder do amor de Deus. O amor é superior, o amor é mais poderoso, porque é Deus: Deus é amor. (Angelus, 17 de novembro de 2019)
Que sentido dás ao tempo?

Temos tão pouco tempo! Queria fazer mais, muito mais, ou até ter tempo para simplesmente NÃO FAZER NADA! Falamos constantemente da falta de tempo, de como o nosso tempo está super ocupado e não temos TEMPO. Ora o tempo é igual para todos e é medido pelos ponteiros de um relógio ou a sombra do sol pelo que, parece que nós nos queixamos geralmente é do que não fazemos com o tempo que temos. Na verdade deveríamos pensar mais na falta de sentido que parece que damos ao tempo que temos. Vivemos num cansaço constante que encobre a vontade de usar o tempo com sabedoria. Vivemos assoberbados de coisas que nos ocupam o tempo, mas nem sempre lhe dão sentido. Esse sentido, sim, é que é relativo. Para mim pode fazer tanto sentido passar uma hora a fazer voluntariado, como para outro passa-lo no ginásio, ou enfiado numa sala a jogar computador. Mas será que tem o mesmo sentido? Uns dirão que sim, outros que não. Sei que, por melhor que me saiba não ter nada que fazer com o meu tempo, a não ser ganhar cama no sofá e ver as misérias da televisão, fico com uma sensação de desperdício de tempo. Falta-me o corrupio das ideias na cabeça, a partilha de loucuras, as conversas sobre projetos. Falta-me sair do conforto e visitar alguém, ou até mesmo tão simples como ligar a alguém. Será que falta tempo? Não será apenas vontade? Sei que somos senhores do nosso tempo mas, dependendo do sentido que dele fazemos, podemos ajudar os outros a terem um tempo de melhor qualidade e assim dar mais sentido ao nosso. Dá sentido ao teu tempo e sim, vais-te cansar mas, pelo menos sabes qual é o teu norte, sabes o caminho pois a tua bússola está no sítio certo. Citando o Papa Francisco na Mensagem para o dia Mundial da Juventude: “Prefiro o cansaço dos que estão a caminho, do que o tédio dos que estão parados”. Acho que esta reflexão é fundamental para dar sentido à forma como gastas o teu tempo e se isso te cansa ou te dá tédio. (© iMissio,)
Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 21,1-4 Jesus viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do templo. Viu também uma pobre viúva que depositou duas moedinhas e afirmou: essa pobre viúva ofertou mais do que todos, pois todos depositavam o que lhes sobrava e ela ofertou tudo quanto tinha para viver. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Hoje, como quase sempre, as pequenas coisas passam ignoradas: pequenos gestos de amor, pequenos sacrifícios. Mas são exatamente nessas pequenas coisas que se mantém a reta intenção, pois pode ser que ninguém as vê. No entanto, não passam despercebidas a Deus. Se Jesus não tivesse nos alertado, não teríamos olhos para valorizar as pequenas coisas. Palavras do Santo Padre Gosto de ver nesta imagem a Igreja que é num certo sentido um pouco viúva, porque espera o seu Esposo que há-de vir… Mas tem o seu Esposo na Eucaristia, na palavra de Deus, nos pobres: mas espera que volte, não é? Essa atitude da Igreja… Essa viúva não era importante, seu nome não aparecia nos jornais, ninguém a conhecia, não tinha licenciaturas… nada. Nada. Não brilhava de luz própria. É isso que me leva a ver nessa mulher a figura da Igreja. A grande virtude da Igreja deve ser não brilhar de luz própria, mas refletir a luz que vem do seu Esposo. Que vem precisamente de seu Esposo. E ao longo dos séculos, quando a Igreja quis ter sua própria luz, ela errou. […] Todos os serviços que realizamos na Igreja são para nos ajudar nisso, servem para receber aquela luz. E quando um serviço está carente desta luz não está bem, porque torna a Igreja rica ou poderosa, ou em busca do poder, e ainda erra o caminho, como aconteceu muitas vezes, na história, e como acontece nas nossas vidas quando queremos ter outra luz, que não é exatamente a do Senhor: uma luz própria. […] Quando a Igreja é humilde e pobre, e também quando confessa as suas misérias — pois todos as temos — a Igreja é fiel. É como se ela dissesse: ‘Eu sou obscura, mas a luz vem-me dali!’. E isto faz-nos tão bem. Então peçamos a esta viúva que está no Céu, sem dúvida, a fim de que nos ensine a ser Igreja assim, renunciando a tudo o que temos e não guardando nada para nós, mas tudo para o Senhor e para o próximo. Sempre humildes, sem nos vangloriarmos de ter luz própria, mas procurando sempre a luz que vem do Senhor. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 24 de novembro de 2014)