Igrejas de Peregrinação Jubilar na Diocese do Porto

Dom Manuel da Silva Rodrigues Linda, por mercê de Deus e da Sé Apostólica, Bispo do Porto, aos que este nosso DECRETO virem, saúde, paz e bênçãos de Deus. Por meio da Bula Spes non confundit, de 9 de Maio de 2024, o Papa Francisco proclamou o Jubileu do ano 2025. A peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar. Os fiéis, peregrinos de esperança, poderão obter a Indulgência Jubilar, concedida pelo Santo Padre, se cumprirem as disposições requeridas na referida Bula, entre as quais sobressaem as sagradas peregrinações. Na Bula de Proclamação do Jubileu, o Santo Padre estabelece como Igreja de Peregrinação jubilar, em cada diocese, as respetivas Igrejas Catedrais. A esta Igreja Catedral do Porto, e para proveito dos fiéis, acrescento as seguintes Igrejas de Peregrinação Jubilar: Amarante: Igreja de São Gonçalo Arouca: Mosteiro de Santa Maria de Arouca Baião: Igreja de São Bartolomeu de Campelo Castelo de Paiva: Igreja de São Domingos da Serra Espinho: Igreja Matriz de Espinho Felgueiras: Santuário de Santa Quitéria Gaia Norte: Santuário Diocesano do Monte da Virgem Imaculada Gaia Sul: Santuário de Nossa Senhora da Saúde Gondomar: Igreja Matriz de Gondomar (São Cosme e São Damião) Lousada: Capela do Senhor dos Aflitos Maia: Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho Marco de Canaveses: Santuário do Menino Jesus de Praga Matosinhos: Igreja do Bom Jesus de Matosinhos Ovar: Igreja Matriz de São Cristóvão Paços de Ferreira: Igreja Paroquial de Santa Eulália Paredes: Igreja Paroquial do Divino Salvador de Castelões de Cepeda Penafiel: Santuário da Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos – Igreja do Sameiro Porto: Igreja de Nossa Senhora da Lapa Santa Maria da Feira: Igreja Matriz da Feira (Convento dos Loios) Santo Tirso: Santuário de Nossa Senhora da Assunção São João da Madeira e Oliveira de Azeméis: Santuário de Nossa Senhora de La Salette Trofa: Capela de Nossa Senhora das Dores Valongo: Santuário Diocesano de Santa Rita Vale de Cambra: Santuário de Santo António Vila do Conde: Igreja Paroquial de Vairão Pede-se aos párocos, reitores e capelães destas Igrejas de Peregrinação Jubilar, bem como a todos os agentes pastorais, o cuidado pastoral por: fortalecer e acompanhar pastoralmente as iniciativas de peregrinação (cf. SNC, n.º 5) e visitas de estudo; cuidar especialmente do acolhimento (SNC, n.º 25), de propostas celebrativas e culturais de qualidade e garantir um atento acompanhamento espiritual; fazer com que as Igrejas jubilares e Santuários se tornem “lugares sagrados de acolhimento e espaços privilegiados para gerar a esperança” (SNC, n.º 24); descobrir e celebrar a beleza do Sacramento da Reconciliação (cf. SNC, n.º 23), como Sacramento da cura e da alegria” (SNC, n.º 23; cf. n.º 5), adotando e publicando horários para as Confissões, que correspondam às reais necessidades dos penitentes; viver a conversão e acolher o dom da indulgência, como expressão plena da misericórdia e do perdão de Deus; aproveitar as diversas celebrações jubilares para reforçar a relação entre a Igreja e o mundo, na perspetiva de uma cultura do encontro e de uma Igreja em saída; deixar uma marca, um sinal, uma iniciativa, uma obra, de “promoção da dignidade humana” (SNC, n.º 25) que perpetue a memória da celebração deste Jubileu, com especial relevância no âmbito do Cuidado da Casa Comum; cultivar a via da beleza e das diversas correntes da espiritualidade cristã, como caminhos de acesso à experiência de Deus. Confio o bom êxito deste Ano jubilar a Maria, Nossa Senhora da Assunção, “sinal de esperança segura e de consolação” para todo o Povo de Deus, peregrino de esperança (LG n.º 68; SNC, n.º 24). Dado no Porto e Paço Episcopal, no dia 29 do mês de dezembro do ano de 2024 + Manuel da Silva Rodrigues Linda, Bispo do Porto
Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 2,36-40 O Evangelho nos fala da profetisa Ana. Ela tinha 84 anos, era viúva e não saía do templo de Jerusalém. Ela chegou no momento em que o Menino Jesus foi trazido ao templo por Maria e José. Ana louvava a Deus e falava a todos do Menino. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Surpreende que Ana com aquela idade apenas viu Jesus saiu anunciando e falava a todos do Menino. Ana nos ensina que quando alguém encontra Deus, sua vida é transformada e não pode mais ficar parado: sai anunciando! Que isto aconteça conosco também. Ah, sendo hoje o último dia do ano quero fazer uma sugestão a você: tirar um tempo para fazer uma retrospectiva do ano, dando ênfase naquilo que aconteceu de bonito e manifestando a sua gratidão a Deus. Palavras do Santo Padre O Evangelho (cf. Lc 2, 22-40) diz-nos que, quarenta dias depois do seu nascimento, os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém para o consagrar a Deus, como prescreve a lei judaica. E enquanto descreve um ritual tradicional, este episódio apresenta à nossa atenção o exemplo de alguns personagens. Eles são apresentados no momento em que experimentam o encontro com o Senhor no lugar em que Ele se torna presente e próximo do homem. Trata-se de Maria e José, Simeão e Ana, que representam modelos de acolhimento e de entrega da sua vida a Deus. […] Estas figuras de crentes estão envoltas na admiração, porque se deixaram capturar e abranger pelos acontecimentos que se verificavam diante dos seus olhos. A capacidade de se admirar com as coisas que nos rodeiam favorece a experiência religiosa e torna fecundo o encontro com o Senhor. Pelo contrário, a incapacidade de se surpreender torna-nos indiferentes e alarga a distância entre o caminho da fé e a vida quotidiana. Irmãos e irmãs, sempre em movimento e permanecendo abertos à admiração! (Angelus de 2 de fevereiro de 2020)
A escuta mútua é o que podemos aprender hoje com a Sagrada Família

“Na família é mais importante ouvir do que entender”, disse Francisco no Angelus ao meio-dia deste domingo (29/12), festa da Sagrada Família, ao rezar a oração mariana com os fiéis peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Atendo-se à liturgia dominical, o Pontífice destacou que o Evangelho conta que Jesus, aos doze anos de idade, no final da peregrinação anual a Jerusalém, perdeu-se de Maria e José, que o encontraram no Templo discutindo com os doutores (Lc 2,41-52). O evangelista Lucas revela o estado de espírito de Maria, que pergunta a Jesus: “Meu Filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Jesus lhe respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” Diálogo, elemento mais importante para uma família O Papa frisou tratar-se da experiência de uma família que alterna entre momentos tranquilos e dramáticos. Parece a história de uma crise familiar de nossos dias, de um adolescente difícil e dois pais que não conseguem entendê-lo. Dito isso, o Santo Padre convidou-nos a olhar para essa família: “Sabeis por que a Sagrada Família de Nazaré é um modelo? Porque é uma família que dialoga, que conversa. O diálogo é o elemento mais importante para uma família! Uma família que não se comunica não pode ser uma família feliz”. Ouvir é dar importância ao outro, os filhos precisam disso É belo quando uma mãe não começa com uma reprovação, mas com uma pergunta. Maria não acusa nem julga, mas tenta entender por meio da escuta como acolher esse Filho que é tão diferente. Apesar desse esforço, observou Francisco, o Evangelho diz que Maria e José “não compreenderam o que lhes dissera”, mostrando que na família é mais importante ouvir do que entender. Ouvir é dar importância ao outro, reconhecer seu direito de existir e pensar por si mesmo. Os filhos precisam disso. Um momento privilegiado para o diálogo e a escuta na família é a hora das refeições. É bom estar juntos à mesa e conversar. Isso pode resolver muitos problemas e, acima de tudo, une as gerações: filhos conversando com os pais, netos conversando com os avós… Nunca ficar fechados em si mesmos ou, pior ainda, com a cabeça no celular. Conversar, ouvir uns aos outros, esse é o diálogo que é bom e que faz crescer! A Virgem Maria conceda a nossas famílias o dom da escuta A família de Jesus, Maria e José é santa, disse o Papa. “No entanto, vimos que até mesmo os pais de Jesus nem sempre o compreendiam. Podemos refletir sobre isso e não nos surpreender se, às vezes, acontecer conosco na família de não nos entendermos uns aos outros. Quando isso acontecer conosco, perguntemo-nos: temos ouvido uns aos outros? Lidamos com os problemas ouvindo uns aos outros ou nos fechamos em silêncio, ressentimento e orgulho? Reservamos tempo para o diálogo? “O que podemos aprender hoje com a Sagrada Família é a escuta mútua”, reiterou. Francisco concluiu convidando-nos a nos confiarmos à Virgem Maria e pedindo a Nossa Senhora o dom da escuta para nossas famílias.
Sagrada Família de Jesus, Maria e José

Dentro da oitava de Natal, um período em que continuamos a comemorar jubilosamente o Natal do Senhor, a Igreja celebra no último domingo do ano a Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. A Palavra de Deus fala-nos da família, a primeira escola de amor e de unidade e apresenta-nos a Família de Nazaré como exemplo a seguir por todas as famílias. I Leitura (Sir 3, 3-7.14-17) Na primeira Leitura, composta por versículos do Livro de Ben-Sirá (também designado por Eclesiástico), um dos livros da literatura Sapiencial de Israel, o autor fala-nos dos deveres que os filhos devem ter sempre presentes nas relações com os pais. Ajudar os pais nas suas necessidades, não os desgostar, não os desprezar, não os abandonar na sua velhice e ser complacente com eles, são atitudes que, além de exprimirem o amor e o respeito por aqueles que foram instrumentos de Deus Criador e nos geraram para a vida, esse maravilhoso dom recebido de Deus, manifestam a obediência e o amor por Aquele que é a origem de toda a vida. Num tempo em que há uma cultura do descartável, que se aplica em quase tudo, inclusive às pessoas que fazem parte da família, os cristãos devem ser sinal do amor e respeito pelos pais, contribuindo através do seu exemplo para que a sociedade possa caminhar no sentido de que, em quaisquer circunstâncias, a pessoa humana seja valorizada e dignificada. II Leitura (Col 3, 12-21) Na segunda Leitura o apóstolo Paulo lembra a comunidade de Colossos que a sua condição de cristãos, eleitos de Deus, exige um conjunto de práticas consequentes com a sua adesão a Cristo. Por isso, Paulo exorta os Colossenses a revestirem-se de “sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência” e recomenda-lhes que devem praticar o amor e o perdão, seguindo em tudo o exemplo de Jesus Cristo – “Suportai-vos e perdoai-vos uns aos outros… “Acima de tudo, revesti-vos da caridade…” É esta dinâmica de amor e perdão que Paulo aplica à vida familiar quando, no final da sua carta, faz algumas recomendações aos maridos, às esposas, aos pais e aos filhos. Este texto, no qual Paulo define a identidade cristã, obriga a uma profunda reflexão sobre a nossa vida cristã e a nossa própria identificação com Cristo. Será que temos consciência das exigências que nos são colocadas pelo facto de sermos cristãos? Será que nas nossas relações com os outros, particularmente com os que estão mais perto de nós (a nossa família), damos prioridade ao amor e ao perdão? Evangelho ( Lc 2, 41-52) O Evangelho narra-nos o episódio da deslocação da Sagrada Família a Jerusalém, por altura da celebração da festa anual da Páscoa, para cumprir com o prescrito na Lei de Israel, que estipulava a peregrinação a Jerusalém por ocasião das principais festas. Apesar da observância da Lei ser apenas obrigatória para os homens na idade adulta, a qual, em Israel, era atingida aos treze anos, Maria e Jesus levaram o Menino com a idade de 12 anos. Este facto mostra-nos como Maria e José, através da sua educação religiosa e do seu exemplo, queriam envolver Jesus, desde muito novo, nas celebrações mais importantes da fé do seu Povo. Quando já se encontravam no caminho de regresso a Nazaré, verificaram que Jesus se tinha perdido. Depois de O procurarem durante três dias, encontraram-no no Templo a dialogar com os doutores e quando lhe pedem explicações, Jesus responde: “Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?” Com esta resposta, Jesus define que a prioridade da sua vida é estar com o Pai e fazer a Sua vontade, concretizando assim no mundo o projecto salvífico de Deus, o que, como diz o evangelista, não foi entendido pelos pais. Apesar de não terem entendido, Maria e José não condenaram ou criticaram Jesus, tendo mantido uma atitude de compreensão e de protecção da união e da paz no seio da família. Neste texto, S. Lucas pretende, por um lado, dar a conhecer a identidade de Jesus e qual será, no futuro, a sua missão no mundo e, por outro lado, realçar o facto de a Família de Nazaré ser fiel cumpridora da Lei do Senhor e de aceitar construir a sua existência conforme os planos de Deus, o que faz dela um modelo para todos os tempos. Numa sociedade em que o conceito primitivo de Família e os seus valores intrínsecos estão permanentemente a ser atacados e, em muitas situações, completamente destruídos, os cristãos são convocados a seguir o exemplo da Família de Nazaré e a fazer de cada família uma “Igreja doméstica”, onde impere a escuta e a vivência da Palavra do Senhor e se cultive o amor a Deus e aos outros, demonstrando o quão importante é o núcleo familiar para a construção de uma sociedade mais justa e de um mundo verdadeiramente melhor. SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA e JOSÉ
Jubileu 2025: abertura na Catedral a 29 de dezembro

No Domingo, dia 29, `16H30, realiza-se na Catedral do Porto a abertura do Jubileu 2025. A celebração tem início às 16H00 com uma concentração junto à Igreja de Santo Ildefonso, seguida de uma procissão até à Catedral, onde será celebrado o rito da abertura do Jubileu e uma Eucaristia.