A Palavra de Deus do XXV Domingo do Tempo Comum convida-nos a reflectir sobre as exigências que se colocam a todos os que escolhem ser discípulos de Jesus.

I LEITURA ((Sab 2,12.17-20)

O Livro da Sabedoria, um dos mais importantes livros da literatura sapiencial, surgiu numa altura em que as tradições e valores de Israel começaram a ser influenciados pela cultura grega.
É neste contexto que, na primeira Leitura, constituída por algumas perícopes daquele livro, o autor descreve que a conduta dos justos, ou seja, aqueles que escolheram os caminhos de Deus e vivem em consonância com a sua escolha, incomodava os impios, que viviam uma vida à margem de Deus.
A forma de viver dos justos interpela e perturba os que não seguem o caminho de Deus, de tal maneira que são perseguidos, ultrajados e condenados pelos impios.
Infelizmente, o que o autor nos relata no Livro da Sabedoria mantém-se actual. No nosso tempo, há ainda pessoas que, por escolherem viver segundo a sabedoria de Deus, são vítimas de incompreensão, de perseguição e de tortura até à morte por terem assumido seguir por aquele caminho.

II LEITURA (Tg 3,16-4,3)

Na II Leitura , S. Tiago começa por dizer que onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções e, por essa razão, aponta o caminho que o homem deve seguir, exortando-o a expressar a fé em atitudes concretas e a viver em união e em conformidade com a sabedoria de Deus, que é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia, doutra forma, ele caminhará inevitavelmente para a violência, os conflitos e as guerras.
E os cristãos de hoje, que caminho procuram seguir? O da sabedoria de Deus ou do mundo?

EVANGELHO (Mc 9,30-37)

O Evangelho apresenta-nos um texto S. Marcos, onde somos confrontados com dois tipos de caminho a seguir: o caminho alicerçado nos valores de Deus ou o que se orienta pelos do mundo.
Jesus preocupa-se por oferecer aos seus discípulos uma boa formação e fala-lhes, pela segunda vez, sobre o seu mistério pascal, a sua Paixão, Morte e Ressurreição, para indicar qual o caminho que deviam seguir. No entanto, os discípulos continuavam a ter dificuldade em compreender o que Jesus lhes dizia e, agindo numa lógica puramente humana, discutiram entre si qual deles seria o maior, ou seja, o que teria mais domínio e poder.
Jesus Cristo apercebendo-se da discussão havida entre os discípulos, chamou-os e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos».
E como este ensinamento não fosse suficiente para corrigir o pensamento dos discípulos, Jesus tomou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo não a mim, mas àquele que me enviou”. Na verdade, as crianças, na sociedade daquele tempo, não tinham direitos nem qualquer importância social, sendo, por isso, o símbolo daqueles que eram os verdadeiros frágeis e necessitados.
Jesus aponta assim o caminho pelo qual se pode ser grande, o maior no Reino de Deus: a entrega e o serviço concreto aos irmãos, mormente aos mais frágeis e desprotegidos.
Que o texto deste Evangelho nos faça tomar consciência de que, muitas vezes, a nossa forma de agir se baseia numa lógica puramente humana em vez de seguir o exemplo de Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pelos outros.

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM