Zaqueu procurava ver Jesus que vinha no meio da multidão, mas não conseguia, pois ele era de baixa estatura. Subiu, então, numa figueira, onde Jesus iria passar. Quando chegou ao lugar, Jesus olhou para cima e disse: Zaqueu, desce depressa! Hoje devo ficar em sua casa!
Como viver esse Evangelho no dia de hoje?
Cada um de nós tem um pouquinho de Zaqueu. Esse personagem era rico, nos diz o Evangelho e chefe dos publicanos; nós também, às vezes, temos mais do que necessitamos e outras vezes atuamos como um publicano quando nos esquecemos de Cristo. Jesus, entre a multidão, nos procura e nos diz: desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa. Agora, imagine você recebendo Jesus na sua casa, entre os seus, na sua vida e no seu trabalho, no seu cantinho onde a sua existência acontece.
Palavras do Santo Padre
Irmãos, irmãs, lembremo-nos disto: o olhar de Deus nunca pára no nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para aquilo em que nos podemos tornar. E se por vezes nos sentimos pessoas de baixa estatura, não à altura dos desafios da vida e muito menos do Evangelho, mergulhados em problemas e pecados, Jesus olha para nós sempre com amor; como com Zaqueu, ele vem até nós, chama-nos pelo nome e, se o acolhermos, vem até à nossa casa. Então podemos perguntar-nos: como nos vemos a nós mesmos? Sentimo-nos inadequados e resignados, ou precisamente nesse momento, quando nos sentimos tristes, procuramos o encontro com Jesus? E depois: que olhar temos para aqueles que erraram e estão a lutar para se erguerem do pó dos seus erros? É um olhar do alto, que julga, despreza e exclui? Recordemos que é admissível olhar para uma pessoa do alto para baixo apenas para a ajudar a erguer-se: nada mais. Só neste caso é permitido olhar de cima para baixo. Mas nós cristãos devemos ter o olhar de Cristo, que abraça de baixo, que procura quem está perdido, com compaixão. Este é, e deve ser, o olhar da Igreja, sempre, o olhar de Cristo, e não o olhar condenador. Oremos a Maria, cuja humildade o Senhor contemplou, e peçamos-lhe o dom de um novo olhar sobre nós e sobre os outros. (Angelus de 30 de outubro de 2022)