Jesus viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do templo. Viu também uma pobre viúva que depositou duas moedinhas e afirmou: essa pobre viúva ofertou mais do que todos, pois todos depositavam o que lhes sobrava e ela ofertou tudo quanto tinha para viver.
Como viver esse Evangelho no dia de hoje?
Hoje, como quase sempre, as pequenas coisas passam ignoradas: pequenos gestos de amor, pequenos sacrifícios. Mas são exatamente nessas pequenas coisas que se mantém a reta intenção, pois pode ser que ninguém as vê. No entanto, não passam despercebidas a Deus. Se Jesus não tivesse nos alertado, não teríamos olhos para valorizar as pequenas coisas.
Palavras do Santo Padre
Gosto de ver nesta imagem a Igreja que é num certo sentido um pouco viúva, porque espera o seu Esposo que há-de vir… Mas tem o seu Esposo na Eucaristia, na palavra de Deus, nos pobres: mas espera que volte, não é? Essa atitude da Igreja… Essa viúva não era importante, seu nome não aparecia nos jornais, ninguém a conhecia, não tinha licenciaturas… nada. Nada. Não brilhava de luz própria. É isso que me leva a ver nessa mulher a figura da Igreja. A grande virtude da Igreja deve ser não brilhar de luz própria, mas refletir a luz que vem do seu Esposo. Que vem precisamente de seu Esposo. E ao longo dos séculos, quando a Igreja quis ter sua própria luz, ela errou. […] Todos os serviços que realizamos na Igreja são para nos ajudar nisso, servem para receber aquela luz. E quando um serviço está carente desta luz não está bem, porque torna a Igreja rica ou poderosa, ou em busca do poder, e ainda erra o caminho, como aconteceu muitas vezes, na história, e como acontece nas nossas vidas quando queremos ter outra luz, que não é exatamente a do Senhor: uma luz própria. […] Quando a Igreja é humilde e pobre, e também quando confessa as suas misérias — pois todos as temos — a Igreja é fiel. É como se ela dissesse: ‘Eu sou obscura, mas a luz vem-me dali!’. E isto faz-nos tão bem. Então peçamos a esta viúva que está no Céu, sem dúvida, a fim de que nos ensine a ser Igreja assim, renunciando a tudo o que temos e não guardando nada para nós, mas tudo para o Senhor e para o próximo. Sempre humildes, sem nos vangloriarmos de ter luz própria, mas procurando sempre a luz que vem do Senhor. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 24 de novembro de 2014)