2.ª semana do Advento – Solenidade da Imaculada Conceição:

Dar corpo à esperança! 

A ditosa esperança tem um exemplo perfeito: Maria, Mãe de Jesus. O Advento é o tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera. “A esperança é a virtude da vida quotidiana, na qual se faz o possível e se confia a Deus o impossível” (K. Rhaner). A solenidade da Imaculada Conceição celebra-se como “preparação radical para a vinda do Salvador e feliz princípio da Igreja sem mancha nem ruga” (São Paulo VI, Marialis cultus, 3). Com o seu «sim» abriu a Deus a porta do nosso mundo: o seu coração de jovem estava cheio de esperança, totalmente animada pela fé; e assim Deus escolheu-a e ela acreditou na sua palavra. Ao lado de Maria está José, descendente de Jessé e de David; também ele acreditou nas palavras do anjo e, olhando para Jesus na manjedoura, medita que aquele Menino vem do Espírito Santo, e que o próprio Deus lhe ordenou que o chamassem assim. Na sua exemplaridade para a Igreja, Maria é plenamente a Virgem do Advento, na dupla dimensão que tem sempre na liturgia a sua memória: presença e exemplaridade, Presença litúrgica na Palavra e na oração, para uma memória agradecida d’Aquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom.

Peregrinas de esperança: As grávidas.

Enquanto há vida há esperança; enquanto há esperança, há vida. Diz-se de uma mulher grávida, que está de “esperanças”.  “A mãe, que o traz no ventre, precisa de pedir luz a Deus para poder conhecer em profundidade o seu próprio filho e saber esperá-lo como ele é. Alguns pais sentem que o seu filho não chega no melhor momento; faz-lhes falta pedir ao Senhor que os cure e fortaleça para aceitarem plenamente aquele filho, para o esperarem com todo o coração. É importante que aquela criança se sinta esperada. Não é um complemento ou uma solução para uma aspiração pessoal, mas um ser humano, com um valor imenso, e não pode ser usado para benefício próprio” (Papa Francisco, Amoris laetitia, 170). 

Oferecer sinais de esperança: 

  1. Apoio a grávidas (nomeadamente através de bens, que a mala das mães deve levar para a maternidade, para uso da mãe ou da criança que vai nascer).
  2. Apoio à natalidade. Apoio à vida em todas as suas fases (SNC 9-10). Apoio a instituições que acolhem crianças em risco.
  3. Promover a bênção das grávidas. Na Igreja Catedral do Porto, Pastoral Familiar promove esta bênção, no dia 7 de dezembro, às 21h30. 

Viver o Ano da Oração

“Em todas as minhas orações, peço sempre com alegria por todos vós”, diz São Paulo aos Filipenses (cf. 2.ª leitura do 2.º Domingo do Advento). Rezar todos os dias uma Ave-maria, uma dezena do Rosário ou os cinco mistérios do Rosário. Juntamente a estas e outras orações, pode-se convidar os mais pequenos a entrar em relação com o Senhor através de uma oração espontânea, uma oração que vem do coração. De­ste modo, os mais pequenos aprendem a dialogar com Jesus, a tornarem-se verdadeiros amigos do Senhor, confiando-Lhe as suas necessidades, desejos e preocupações. Pode rezar-se a oração de Santo Inácio, que é outra forma de dizer “eis-me aqui”, “faça-se”.

Oração de Santo Inácio de Loyola

Tomai, Senhor,

e recebei toda a minha liberdade,

a minha memória,

o meu entendimento

e toda a minha vontade,

tudo o que tenho e possuo;

Vós mo destes; a Vós, Senhor, o restituo.

Tudo é vosso, disponde de tudo,

à vossa inteira vontade.

Dai-me o vosso amor e graça,

que esta me basta. 

Outra sugestão, de pendor mariano, pode ser a Oração: 

Santa Mãe do Redentor,

Porta do Céu, Estrela do mar,

socorrei o povo cristão

que procura levantar-se do abismo da culpa.

Vós que, acolhendo a saudação do Anjo,

gerastes, com admiração da natureza,

o vosso Santo Criador,

ó sempre Virgem Maria,

tende misericórdia dos pecadores.