Evangelho de Lucas 1,57-66

Isabel deu à luz um filho ao qual deram o nome de João. Diante disso, soltou-se a língua de Zacarias, pois estava mudo e ele começou a louvar a Deus.

Como viver esse Evangelho no dia de hoje?

Zacarias recupera a voz e fala aquilo que até então só sentia em seu coração: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel…”. Quando sentimos fortemente a ação de Deus, a primeira coisa que acontece é sermos tomados pelo encanto, pela maravilha. É o que o pai e a mãe sentem quando pegam pela primeira vez seu filho recém-nascido no colo, ou seu netinho, no caso dos avós: são tomados por uma sensação que lhes aproxima de Deus, uma alegria sem fim. Naquele momento não precisa esforço para agradecer, pois a gratidão vem naturalmente. Neste natal um Filho nos foi dado, por isso, deixe que a gratidão a Deus tome conta de você!

Palavras do Santo Padre

Todo o acontecimento do nascimento de João Batista está circundado por um jubiloso sentido de admiração, de surpresa e de gratidão. Admiração, surpresa, gratidão. As pessoas são tomadas por um santo temor de Deus «e por toda a região montanhosa da Judeia se comentavam esses factos» (v. 65). Irmãos e irmãs, o povo fiel intuiu que aconteceu algo grandioso, mesmo se humilde e escondido, e pergunta-se: «O que virá a ser este menino?» (v. 66). O povo fiel de Deus é capaz de viver a fé com alegria, com sentido de admiração, de surpresa e de gratidão. Olhemos para aquela gente que falava bem acerca deste evento maravilhoso, deste milagre do nascimento de João, e fazia-o com alegria, estava feliz, com sentido de admiração, surpresa e gratidão. E pensando nisto perguntemo-nos: como é a minha fé? É uma fé jubilosa, ou é uma fé sempre igual, uma fé “tíbia”? Tenho o sentido da admiração, quando vejo as obras do Senhor, quando ouço falar da evangelização ou da vida de um santo, ou quando vejo tantas pessoas boas: sinto a graça, dentro, ou nada se move no meu coração? Sei sentir as consolações do Espírito ou sou fechado? Questionemo-nos, cada um de nós, num exame de consciência: como é a minha fé? É jubilosa? É aberta às surpresas de Deus? Porque Deus é o Deus das surpresas. “Experimentei” na alma aquele sentido da admiração que a presença de Deus dá, aquele sentido de gratidão? Pensemos nestas palavras, que são estados de ânimo da fé: alegria, sentido de admiração, surpresa e gratidão. (Angelus de 24 de junho de 2018)