Neste Domingo celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor. Epifania é um termo proveniente do grego e quer dizer manifestação. Esta festa celebra a manifestação de Jesus como o Messias, o Filho de Deus, a luz que ilumina todos os povos da terra e que veio para libertar e salvar toda a Humanidade.
I LEITURA (Is 60,1-6)
A primeira leitura, retirada da terceira parte do livro de Isaías, designado trito-Isaías, fala-nos de um período em que o Povo, depois de ter passado por um longo tempo de exílio na Babilónia, regressa a Jerusalém, cidade que estava em ruínas. É neste contexto que o profeta anuncia a chegada da luz salvadora de Deus, que alegrará Jerusalém, fará regressar todos os filhos e filhas (“…os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços”) e atrairá a si povos de toda a terra. Será concretizado o sonho de uma cidade restaurada e iluminada pela luz salvadora de Deus, que se tornará centro do mundo.
Através do profeta Deus comprova, mais uma vez, que está atento às necessidades e dificuldades não só do seu Povo, mas de toda a Humanidade, tornando-se a luz que guia o caminho de todos em direcção à libertação e salvação.
II LEITURA (Ef 3,2-3,5-6)
Na segunda leitura, extraída da carta de S. Paulo aos Efésios, o apóstolo descreve o projecto salvífico de Deus, proclamando que todos os homens, sem excepção, se constituem herdeiros desse projecto e são chamados a caminhar à luz do único Deus e Pai. É em Cristo, a revelação definitiva de Deus e dos Seus desígnios, que chega a salvação de todos, sendo também por Ele que adquirimos a condição de “Filhos de Deus” e membros do mesmo e único corpo, o “Corpo de Cristo”, ou seja, a Igreja, da qual Cristo é a cabeça.
Ao dar a conhecer o mistério que lhe foi revelado, Paulo está a dizer aos cristãos daquele e de todos os tempos para viverem como verdadeiros irmãos e permanecerem unidos como filhos do mesmo Pai, participando assim no plano salvífico projectado originalmente por Deus para a humanidade.
EVANGELHO (Mt 2,1-12)
O texto evangélico de hoje, uma narração exclusiva do Evangelho de S. Mateus, não se trata de uma simples descrição dos acontecimentos, mas é uma verdadeira catequese sobre a missão e identidade de Jesus. Nesta catequese, o evangelista pretende transmitir que Jesus é o verdadeiro Messias enviado por Deus e o que terá de enfrentar ao longo da sua vida: rejeição e indiferença do seu próprio povo e perseguições das autoridades políticas e religiosas.
S. Mateus descreve as diferentes atitudes dos magos, de Herodes, dos sacerdotes e escribas diante do acontecimento do nascimento de Jesus. Os magos, que são pagãos e simbolizam os homens de todas as partes da terra, percorreram um longo caminho para ir ao encontro do Menino, reconhecendo-O como o Messias, o filho de Deus, o Rei, o Salvador, e
adoram-No; os sacerdotes e os escribas, que tinham a obrigação de reconhecer no Menino o Messias, tiveram uma atitude de indiferença; Herodes, temendo que o Menino fosse o Rei que acabaria por colocar em perigo o seu poder, sentiu-se ameaçado.
Desta forma, o evangelista apresenta-nos um grande contraste entre as atitudes daqueles que não pertencem ao Povo de Israel e que, por essa razão, são considerados pagãos (os magos representam o mundo pagão) e os que fazem parte desse Povo, em especial os sacerdotes e escribas que conheciam bem as Escrituras; enquanto uns, atentos aos sinais dos tempos, vieram â procura do Messias, os outros, que não foram capazes de ler os sinais, não se aperceberam do nascimento de Jesus e mostraram uma total indiferença.
Que o exemplo dos magos, que seguiram o sinal divino e foram guiados até ao Menino, nos faça reflectir sobre a maneira como estamos atentos e entendemos os sinais de Deus nas nossas vidas. Procuremos estar atentos a esses sinais e deixemos que eles se transformem em luz que ilumina o caminho que nos conduz ao encontro com Jesus.
SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR