Evangelho de Lucas 11,29-32

Jesus disse: esta geração é má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas.

Como viver esse Evangelho no dia de hoje?

Muitos cristãos buscam sinais espetaculares para fundamentar a sua fé. O problema é que mesmo estando rodeados dos sinais do amor de Deus, sempre se espera sinais ainda maiores. E quando recebe sinais se fica em dúvida se, de fato, vêm de Deus. A nossa fé não pode se embasar em milagres, mas no fato histórico de que Jesus deu a sua vida por nós e está vivo ao nosso lado no momento presente da vida. Ele é o sinal mais seguro!

Palavras do Santo Padre

Por que os doutores da lei não compreendiam os sinais dos tempos, invocando um sinal extraordinário? Jesus deu-lhes. Por que não compreendiam? Em primeiro lugar, porque eram fechados. Fechados no seu sistema, tinham elaborado muito bem a Lei, uma obra-prima. Todos os judeus sabiam o que se podia fazer e o que não se podia fazer, até onde podiam ir, tudo estava estabelecido. E ali eles estavam seguros. Não entendiam que Deus é o Deus das surpresas. Que Deus é sempre novo. Nunca se renega a si mesmo, nunca afirma que o que disse estava errado, nunca: mas surpreende sempre. E eles não entendiam e se fechavam naquele sistema, feito com tanta boa vontade, e pediam a Jesus: “Dá-nos um sinal!”, e não entendiam os muitos sinais que Jesus fazia e que indicavam que o momento tinha chegado. Fechamento. Em segundo lugar, eles tinham esquecido que eram um povo a caminho. A caminho. E quando alguém está a caminho, encontra sempre coisas novas, algo que não conhece, e isso deve nos fazer pensar: estou apegado às minhas coisas, minhas ideias, fechado? Ou sou aberto ao Deus das surpresas? Sou uma pessoa firme ou uma pessoa que caminha? Acredito em Jesus Cristo, em Jesus, no que ele fez, morreu, ressuscitou e terminou a história, ou acredito que o caminho vai em frente rumo à maturidade, rumo à manifestação de glória do Senhor? Sou capaz de compreender os sinais dos tempos e ser fiel à voz do Senhor que se manifesta neles? Podemos nos fazer essas perguntas hoje e pedir ao Senhor um coração que ame a Lei, porque é a Lei de Deus, que também ame as surpresas de Deus e que saiba que essa santa Lei não é fim a si mesma.

(Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 13 de outubro de 2014)