Embora os domingos do Advento tenham precedência sobre as festas do calendário litúrgico, a solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, pelo seu significado em Portugal, será celebrada no dia próprio, 8 de Dezembro, alteração requerida e obtida pela Comissão Episcopal de Liturgia junto da Congregação do Culto Divino.

Celebrar neste dia Aquela que foi escolhida para acolher no seu ventre o Filho de Deus, Jesus Cristo, não significa fazer uma interrupção na celebração do Advento, uma vez que Maria é uma das figuras da liturgia deste tempo que nos acompanha na caminhada de preparação para o Natal do Senhor.

O dogma da Imaculada Conceição fundamenta-se no facto de a Igreja reconhecer que Maria, desde o primeiro momento da sua existência, foi preservada de toda a mancha de pecado, um privilégio concedido por Deus por causa de seu Filho.
Este dogma mariano foi declarado pelo Papa Pio IX, em 8 de Dezembro de 1854, pela bula “INEFFABILIS DEUS”:

A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.”

Apesar de a definição do dogma ter acontecido somente no século XIX, a devoção a Nossa Senhora é muito antiga. Exemplo concreto desta devoção é o do povo Português que sempre teve pela Imaculada Conceição uma especial veneração. Na sequência do sentimento manifestado pela generalidade dos Portugueses, D. João IV, no ano de 1646, em Vila Viçosa, proclamou Nossa Senhora da Conceição Rainha e Padroeira de Portugal e, desde esse dia, mais nenhum rei Português usou a coroa na cabeça, prerrogativa que passou a ser unicamente da Imaculada Conceição. Sem dúvida, os Portugueses, particularmente os cristãos, devem sentir-se orgulhosos e agradecidos pela graça de terem a Mãe de Deus e nossa Mãe como Rainha e Padroeira de Portugal.

A Palavra de Deus desta solenidade tem como tema central Maria de Nazaré.
“Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua Palavra” – Foi assim, de forma simples e humilde, que Maria se disponibilizou para acolher a vontade de Deus e aceitar incondicionalmente ser a Mãe de Jesus Cristo. É o acolhimento e a aceitação de Maria, demonstrativos da sua grande fé, que vai permitir a Deus, pela acção do Espírito Santo, realizar nela o Mistério da Encarnação, a vinda do Filho de Deus ao mundo, com a missão de dar continuidade ao desígnio salvífico de Deus para toda a humanidade.
Maria é o exemplo perfeito da fé, pelo qual todos os crentes devem orientar a sua vida cristã; Ela ensina-nos a estar sempre disponíveis para acolher Deus nos nossos corações e a responder-Lhe, em cada momento e sem hesitação, com o nosso “sim” aos planos que tem para cada um de nós.

Peçamos a Maria, nossa Mãe, que interceda junto de Deus por todos os seus filhos e, neste tempo de Advento, os ajude a preparar devidamente a celebração do Mistério da Encarnação de seu Filho, Jesus Cristo.

IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA