«Um Menino nasceu para nós, um Filho nos foi dado!».
Alegremo-nos e exultemos porque Deus Se fez um de nós! Aquele que é eterno, omnipotente, omnipresente e omnisciente, o Deus sem princípio nem fim, Autor de tudo quanto vemos e conhecemos, fez-se um de nós; nasceu na humildade e na fragilidade daquele bebé nascido no presépio de Belém.
É a maravilha do Amor de Deus: um Deus que vem ao nosso encontro, um Deus que toma a iniciativa, que se aproxima de nós. Faz-se tão próximo, tão próximo, que se faz um de nós, que assume a nossa natureza! Só um Deus cheio de amor ousa levar a cabo esta missão: vir até nós e assumir a nossa humanidade.
Por isso, na contemplação do mistério do Natal, mais do que aprendermos como nos devemos comportar diante de Deus, aprendemos como Deus se comporta connosco, como Deus dialoga connosco e como entra na nossa história. Ele que «muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo».
Ele vem, ligeiro sobre os montes, na colina de Belém, no estábulo por não haver lugar para ele na hospedaria, vem como mensageiro da Paz cumprindo a profecia de Isaías: «Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação». Ele traz-nos a boa notícia do amor. Haverá melhor notícia de que nos anunciarem que alguém nos ama muito e que nos quer felizes? Pois, muito bem, é essa notícia que o Menino nascido para nós nos vem trazer.
«O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós». O Verbo de Deus é Deus dito em linguagem humana, por isso, Jesus Cristo é a Palavra feito carne, isto é, Aquele por meio do Qual Deus se dá a conhecer e faz-nos conhecer a Sua verdadeira identidade. O nascimento de Jesus marcou indelevelmente a história da humanidade, marcou o tempo e a história, fazendo com que, ainda hoje, crentes e não crentes contem o tempo antes e depois de Cristo: tudo o que acontece na história datamo-lo antes e depois de Cristo. Jesus aparece como a referência histórica por excelência. Quão bom seria se assim pudesse ser a nossa vida, que tudo o que fazemos e vivemos o fizéssemos por referência a Cristo. Sejamos audazes e corajosos e contemos os nossos dias, todos os momentos do nosso dia, a partir de Cristo, antes ou depois, ou melhor sempre depois, porque a iniciativa de amor é sempre Dele.
E se Deus se fez um de nós, se Deus quis habitar connosco, quis montar a Sua tenda no meio da humanidade, foi para nos revelar que a Sua grandeza não está nas manifestações espectaculares ou na sua omnipotência que lhe permite abanar os Céus e a Terra, mas que a Sua grandeza é a do amor. Que Ele permanece grande quando se faz pequeno e parece fraco aos olhos humanos.
No Menino do Presépio, Deus aproxima-se da humanidade, fazendo-nos saborear este mistério de proximidade, para que também nós nos saibamos aproximar uns dos outros. Apenas a distância nos empobrece, pois a proximidade engrandece-nos e faz-nos sentir homens e mulheres mais próximos de Deus porque mais próximos uns dos outros.(VP)