A Semana Santa representa um dos tempos litúrgicos de maior relevância para a comunidade cristã.
A Liturgia da Palavra e as celebrações desta semana têm, em cada dia, um significado próprio, que contribui para entender o sentido e a dimensão da celebração da Páscoa do Senhor. Toda a liturgia da semana complementa a preparação realizada durante o tempo Quaresmal, principalmente nas celebrações do Tríduo Pascal.
Este tempo forte da Igreja teve início no Domingo de Ramos, no qual se comemorou a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, onde foi aclamado pela multidão.
Na Segunda, Terça e Quarta-Feira, a liturgia da Palavra aponta para a Paixão e Morte de Jesus Cristo. Retiradas do Livro do profeta Isaías, especificamente nos capítulos do “Cântico do Servo do Senhor”, as leituras do Antigo Testamento desses dias descrevem a perseguição, a rejeição, o sofrimento, a morte e a exaltação do Servo do Senhor, uma profecia que se concretiza em Jesus Cristo.
As leituras do Evangelho desses dias relatam dois momentos cruciais da vida de Jesus: o anúncio da sua própria morte e a revelação de que um dos apóstolos seria o traidor; Judas Iscariotes, um dos Doze, ofereceu-se para entregar Jesus em troca de trinta dinheiros.
Na Quinta-Feira, tem início o Tríduo Pascal com a celebração da Eucaristia da Ceia do Senhor. Esta celebração é de grande significado, pois foi durante a Última Ceia que Jesus Cristo instituiu a Eucaristia, que é o sacramento central da fé cristã, bem como o Sacerdócio. Esta celebração é marcada pelo rito do lava-pés, gesto realizado por Jesus Cristo que simboliza humildade, amor e serviço aos outros.
Na Sexta Feira, dia crucificação e morte de Jesus, é um dia em que não há celebração eucarística. No entanto, há a celebração da Paixão do Senhor, que é composta por três momentos: a Liturgia da Palavra, que inclui a leitura da Paixão segundo S. João, a adoração da Cruz e a distribuição da Eucaristia, utilizando o pão consagrado no dia anterior.
No Sábado, a Igreja realiza a Vigília Pascal, a celebração mais importante do ano litúrgico. A Vigília é composta pelos seguintes momentos: a Liturgia da Luz, com a bênção do fogo novo e a apresentação da Cruz como Luz de Cristo, momento que simboliza a passagem das trevas à luz; a Liturgia da Palavra, que lembra os acontecimentos mais importantes a História da Salvação e culmina com o Evangelho da Ressurreição, a bênção da água, o rito de renovação das promessas baptismais e a Liturgia Eucarística, que celebra a Ressurreição de Cristo.
Participar das celebrações da Semana Santa é acompanhar os últimos passos de Jesus Cristo antes da Sua Morte e Ressurreição e, sobretudo, compreender que a morte de Cristo na Cruz abre o caminho para a salvação de toda a humanidade. A Cruz de Jesus é o símbolo da redenção que Deus, por meio de seu Filho, concedeu gratuitamente a todos. Contemplar a Cruz é reconhecer o acto de Amor de um Deus que desceu e se fez homem para redimir os pecados do Homem, possibilitando, desta forma, a esperança cristã, ou seja, a Salvação em Cristo.
Por tudo que significa, ou deve significar, a Semana Santa para os cristãos, a participação nas celebrações do Tríduo Pascal é um momento privilegiado para renovar o compromisso de fé em Jesus Cristo, Aquele que é a única fonte de tudo que é essencial para a vida. Como Ele próprio afirmou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá”(Jo 11, 25)