Depois de terminado o tempo dedicado à celebração do Mistério Pascal, retomamos este domingo o Tempo Comum com a Solenidade da Santíssima Trindade. Nesta festa, somos convidados a contemplar a Santíssima Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, cujo modelo de amor, de perfeita unidade e de comunhão nos deve estimular e comprometer a viver da mesma forma com Deus e com os outros.
A Santíssima Trindade é formada por três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que têm a mesma natureza, a mesma divindade, o mesmo poder e a mesma perfeição; é um Mistério de um só Deus em três pessoas distintas, consubstanciais e de igual glória. É um Mistério de difícil interpretação e compreensão através da razão humana. Por isso, o mais importante não será procurar decifrar e compreender tal Mistério, mas sim acreditar e vivê-lo em toda a sua dimensão. Como dizia Santo Agostinho, quando analisou a sua experiência sobre as relações entre fé e razão, é necessário crer antes de entender, pois a fé é uma preparação para o entendimento daquilo em que se acredita.
Os cristãos não professam três deuses, mas um só Deus em três pessoas. É um Deus uno e trino, um Deus que se foi revelando de várias formas e comunicando a sua vida de amor e comunhão ao longo da História da Salvação. Revelou-se no Amor do Pai Criador, no Amor filial de Jesus Cristo, que morreu para redimir toda a criação e no Amor do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, cuja presença e acção realiza a obra santificadora de todos os homens.
A Santíssima Trindade está presente na vida da Igreja e marca a vida dos cristãos desde o seu início. Somos baptizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, professamos a nossa fé nas três pessoas da Santíssima Trindade, dirigimos as nossas orações ao Pai, por meio de Cristo, Nosso Senhor, na unidade no Espírito Santo, e rezamos frequentemente a oração em que damos glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como diz o Catecismo da Igreja Católica “o mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da nossa fé e da vida cristã. É o mistério do próprio Deus. É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, e a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na “hierarquia das verdades da fé”. Toda a história da salvação não é senão a história dos caminhos e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, Se revela, Se reconcilia, e Se une aos homens que se afastam do pecado”
A Palavra de Deus deste Domingo fala-nos de Deus Pai como Criador de todas as coisas e que tudo fez com sabedoria e amor (1ª Leitura), da obra de redenção realizada pelo Filho, Jesus Cristo, por quem fomos justificados e introduzidos numa nova relação com Deus (2ª Leitura), e do Espírito Santo, o “Espírito da verdade”, que introduzirá todos os crentes na compreensão plena da verdade e os ajudará a compreender o mistério da obra redentora de Cristo (Evangelho).