No XXXIV Domingo do Tempo Comum, a Igreja celebra a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Esta solenidade, que encerra o ano litúrgico (ano A), foi instituída pelo Papa Pio XI no encerramento do ano santo de 1925, sendo, depois da reforma litúrgica aprovada pelo Concílio Vaticano II, celebrada no último domingo do tempo comum de cada ano litúrgico.
A Palavra de Deus apresenta-nos Jesus Cristo como o Rei do Universo, um rei cuja soberania tem por base o amor, e fala-nos do Reino de Deus, esse reino de verdade, vida, amor, paz e justiça, a que todos somos chamados a participar na sua construção.
I Leitura (Ez 34, 11-12.15-17)
Numa altura em que o povo estava completamente desiludido com todos os reis de Israel que o conduziu, a quem consideram ser responsáveis pela saída da sua terra e pela sua deportação para a Babilónia, onde agora se sentem abandonados por Deus, o profeta Ezequiel, conhecido como profeta da esperança, anuncia Deus como um bom pastor comprometido com o bem-estar das suas ovelhas, particularmente com as doentes e as mais débeis, que vai procurar as que estão perdidas e recolher as tresmalhadas. Ele estará atento às necessidades de cada ovelha e cuidará de todas com justiça.
O profeta utiliza a imagem do Bom Pastor para transmitir que, no futuro, será o próprio Deus que conduzirá o seu povo. E, na verdade, este anúncio do profeta concretiza-se quando Jesus Cristo afirma: “Eu sou o bom pastor. O bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10,11).
II Leitura (1 Cor 15, 20-26.28)
Numa época em que os pagãos e muitos dos que pertenciam a comunidades cristãs não acreditavam na ressurreição, Paulo, numa carta enviada à comunidade de Corinto, expõe a sua convicção sobre a ressurreição, reafirmando que Cristo ressuscitou como primícias, ou seja, o primeiro fruto entregue a Deus, garantindo, assim, que todos os mortos ressuscitarão.
Para Paulo a ressurreição de Jesus é o primeiro passo para o Reino de Deus, para a plenitude que todos esperamos viver, quando todas as coisas forem consumadas por Jesus Cristo e Deus seja tudo em todos.
Que esta mensagem de Paulo contribua para que todos os cristãos acreditem convictamente na ressurreição de Jesus Cristo e a anunciem a todos, pois se não acreditarmos que Ele ressuscitou, “é vã a nossa pregação, e vã é também a nossa fé” (1Cor 15,12)
Evangelho (Mt 25, 31-46)
No texto evangélico deste domingo, S. Mateus apresenta o discurso de Jesus sobre o Juízo Final. Nesse dia, que acontecerá na segunda vinda de Jesus, o critério fundamental para entrar no Reino dos Céus é o amor, um amor fundado nas obras de misericórdia. É este amor, que é solidário e se faz próximo dos mais pequeninos – “Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes” –, a exigência para alcançar o Reino prometido.
Deste modo, a prática da caridade com os que têm fome e sede, os doentes e desamparados, os presos e os mais necessitados é o princípio fundamental da construção, desde já, do Reino de Deus e da sua plena realização no dia do Juízo Final.
Nesse dia do Juizo, Jesus Cristo, Rei do Universo, virá na sua glória e dará a todos aqueles que não se mostraram indiferentes às necessidades dos outros, mas escolheram praticar as obras de misericórdia, a graça de entrarem definitivamente no Reino de Deus, um reino de felicidade plena e de vida em abundância.
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO