Dois cegos aproximaram-se e Jesus lhes perguntou: vós acreditais que eu possa curar-vos? Eles responderam: Sim, Senhor! Então Jesus tocou nos olhos deles dizendo: faça-se conforme a vossa fé. E os olhos deles se abriram.
Como viver esse Evangelho no dia de hoje?
Os cegos não podiam fazer muita coisa para superar sua dificuldade, mas o que podiam fazer, fizeram: foram até Jesus e confessaram sua fé. As nossas fragilidades, pecados e defeitos não são um problema para Deus. Aliás, podem nos aproximar dele. É importante rezarmos as nossas fragilidades, isto é, nos aproximar de Deus e entregarmos a ele com confiança tudo. O resto ele fará.
Palavras do Santo Padre
Quando Jesus passava, dois cegos clamam por Ele referindo a sua miséria e esperança: «Filho de David, tem misericórdia de nós» (Mt 9, 27). «Filho de David» era um título atribuído ao Messias, que as profecias anunciavam ser da linhagem de David. Assim, os dois protagonistas do Evangelho de hoje são cegos e, contudo, veem o que mais conta: reconhecem Jesus como o Messias que veio ao mundo. […] Também nós, como os dois cegos, somos caminhantes muitas vezes imersos nas trevas da vida. A primeira coisa a fazer é ir ter com Jesus, como Ele próprio nos pede: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28). E quem dentre nós não está de alguma forma cansado e oprimido? Todos. Todavia sentimos relutância a encaminhar-nos para Jesus; muitas vezes preferimos ficar fechados em nós mesmos, ficar sozinhos com as nossas trevas, lamentar-nos um pouco da nossa sorte, aceitando a má companhia da tristeza. […] Irmãos, irmãs, o Senhor Jesus passa… passa também pelas nossas estradas de Chipre, escuta o clamor das nossas cegueiras, quer tocar os nossos olhos, quer tocar o nosso coração, fazer-nos abrir à luz, renascer, levantar-nos interiormente: isto é o que Jesus quer fazer. E dirige também a nós a pergunta que fez àqueles cegos: «Credes que tenho poder para fazer isso?» (Mt 9, 28). Cremos que Jesus possa fazer isso? Renovemos a nossa confiança n’Ele. Digamos-Lhe: Jesus, acreditamos que a vossa luz é maior do que qualquer uma das nossas trevas; cremos que Vós podeis curar-nos, que Vós podeis renovar a nossa fraternidade, que podeis multiplicar a nossa alegria; e, com toda a Igreja, Vos invocamos todos juntos: Vinde, Senhor Jesus! [todos repetem: «Vinde, Senhor Jesus!»] Vinde, Senhor Jesus! [todos: «Vinde, Senhor Jesus!»] Vinde, Senhor Jesus! (Homilia em Nicosia, Chipre, em 3 de dezembro de 2021)