Evangelho de João 8,31-42
Jesus disse aos judeus que nele haviam acreditado: Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Eles responderam: somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém.

Como viver esse Evangelho no dia de hoje?

Havia discípulos de Jesus que eram judeus. Por serem descendentes de Abraão, tais discípulos consideravam-se superiores não somente dos pagãos, que viviam longe da fé, mas também melhores de qualquer discípulo de Jesus não judeu. Eis o orgulho espiritual! Pensemos em nossa realidade hodierna: Há católicos se consideram melhores do que os outros católicos porque seguem este ou aquele movimento, porque observam esta ou aquela disciplina, porque obedecem a este ou àquele uso litúrgico. Uns, porque são ricos; outros, porque estudaram mais, ou porque ocupam cargos importantes… Tudo isso para Jesus não conta absolutamente nada.

Palavras do Santo Padre

A identidade cristã não é um documento que diz «eu sou cristão», um bilhete de identidade: não. É um discipulado. Tu, se permaneceres no Senhor, na Palavra do Senhor, na vida do Senhor, serás um discípulo. Se não permaneceres, serás alguém que simpatiza com a doutrina, que segue Jesus como um homem que pratica tanta caridade, tão bom, com valores certos, mas é o discipulado a verdadeira identidade do cristão. E será o discipulado que nos dará liberdade: o discípulo é um homem livre porque permanece no Senhor. E o que significa «permanecer no Senhor»? Deixar-se guiar pelo Espírito Santo. O discípulo deixa-se guiar pelo Espírito, por isso o discípulo é sempre um homem da tradição e da novidade, é um homem livre. Livre. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 1º de abril de 2020)