Quando deres um almoço não convides teus amigos, nem teus vizinhos ricos. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Então, tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos.
Como viver esse Evangelho no dia de hoje?
O diferencial que Jesus quis para os seus discípulos é a gratuidade. Ela é de grande importância em nossos dias, em um mundo dominado pelo dinheiro e guiado compra e venda do comércio. A criação inteira, como saiu das mãos de Deus, segue a norma da gratuidade: dai e vos será dado, orientou Jesus a seus discípulos! Deus jamais vendeu algo para nós: nele tudo é gratuidade. Ele nos convida a fazer o mesmo!
Palavras do Santo Padre
«Quando ofereceres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não podem retribuir-te» (vv. 13-14). Trata-se de escolher a gratuitidade, em vez do cálculo oportunista que deseja alcançar uma recompensa, que busca o interesse e que procura enriquecer-se ulteriormente. Com efeito os pobres, os simples e aqueles que não contam nunca poderão retribuir o convite para uma ceia. Assim Jesus demonstra a sua preferência pelos pobres e excluídos, que são os privilegiados do Reino de Deus, e lança a mensagem fundamental do Evangelho, que consiste em servir o próximo por amor a Deus. Hoje Jesus faz-se voz de quantos não a têm, dirigindo a cada um de nós um apelo urgente a abrir o coração e a fazer nossos os sofrimentos e os anseios dos pobres, famintos, marginalizados, refugiados, derrotados da vida e daqueles que são descartados pela sociedade e pela prepotência dos mais fortes. E na realidade estes descartados representam a esmagadora maioria da população.
Neste momento, penso com gratidão nos refeitórios onde tantos voluntários oferecem o próprio serviço, dando de comer a pessoas sozinhas, deserdadas, desempregadas ou desabrigadas. Estes refeitórios e outras obras de misericórdia — como visitar os doentes, os presos… — são escolas de caridade que propagam a cultura da gratuitidade, porque aqueles que aí trabalham são impelidos pelo amor a Deus e iluminados pela sabedoria do Evangelho. Assim o serviço aos irmãos torna-se testemunho de amor, que torna crível e visível o amor de Cristo. (Angelus de 28 de agosto de 2016)