A Palavra de Deus no XXXIII Domingo do Tempo Comum, o penúltimo domingo do ano litúrgico, convida-nos a viver com confiança e esperança num Deus que veio, que vem e que virá.

I LEITURA (Dan 12,1-3)

A primeira leitura, constituída por três versículos do Livro de Daniel, situa-se na época em que as comunidades judaicas que viviam dispersas eram perseguidas, estavam desanimadas e com algumas dificuldades em manter a sua fidelidade a Deus.
É neste contexto que surge a Profecia de Daniel, na qual o autor pretende transmitir às comunidades a necessidade de resistirem e de restabelecerem a sua confiança e esperança em Deus, porque aqueles que assim procederem, os justos e os que mantiverem a sua fidelidade a Deus e aos seus valores, terão a vida eterna como seu último destino “…brilharão como estrelas por toda a eternidade”
Num tempo em que há muitos cristãos que, pelas mais variadas razões, se deixam invadir por incertezas e desânimo, torna-se necessário que, em cada dia, tenhamos a capacidade de reavivar a fé em Deus e a esperança na sua intervenção salvífica.

II LEITURA (Heb 10,11-14.18)

A segunda leitura é a parte final da reflexão sobre a distinção entre o sacerdócio de Cristo e o praticado pelos sacerdotes da Antiga Aliança.
Mais uma vez, o autor da Epístola aos Hebreus comunica-nos que o sacrifício único de Jesus Cristo, realizado com a oferta da sua própria vida, nos libertou definitivamente do pecado, oferecendo a vida eterna e a comunhão plena com Deus a todos que, como Ele, fizerem da sua vida um dom de amor, de serviço e de entrega.

EVANGELHO (Lc 21,36)  

A passagem evangélica de hoje situa-se em Jerusalém, onde Jesus se encontra para celebrar a sua Páscoa.
No discurso escatológico feito numa linguagem apocalíptica, Jesus anuncia aos seus discípulos os acontecimentos que precederão a vinda do Filho do Homem (título usado por Jesus para se referir a si mesmo), os quais acontecerão como sinais da acção de Deus. Não precisamos de ter medo nem desespero, mas total confiança na promessa de vida eterna anunciada por Jesus Cristo.
A vinda do “Filho do Homem”, acontecimento que aponta claramente para a Parusia, ou seja, a segunda vinda gloriosa de Jesus Cristo no final dos tempos – “… hão de ver o Filho do Homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória”-, será a altura em que reunirá os seus eleitos, libertando-os de tudo quanto os impede de ter vida em plenitude e oferecendo-lhes um mundo novo, onde conhecerão a felicidade plena.
Não há data definida para que tal aconteça – “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém os conhece…” – e, por isso, os discípulos são convidados a estar atentos aos sinais, pois a última vinda de Jesus em glória é certa,  mas o dia e a hora são incertos.
Neste tempo de espera e de vigia, os seguidores de Cristo não devem viver na incerteza e preocupados, mas com a convicção de que Ele “de novo há de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos e o seu reino não terá fim” (assim professamos no Credo) e na alegre esperança de que a promessa divina de um novo mundo será uma realidade.

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM