Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 18,35-43 Próximo de Jericó um cego, sabendo que Jesus passava ali por perto, gritou: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim. Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele e o curou. O cego, uma vez curado, seguia Jesus, glorificando a Deus. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Bartimeu nos dá um exemplo de fé simples e persistente. Como seria útil para nós repetir a mesma frase de Bartimeu: Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim! Em efeitos, é salutar nos aproximar de Deus com o coração humilde. Em não poucas ocasiões, a sociedade, a cultura do politicamente correto querem fazer-nos calar: com Bartimeu não o conseguiram. Ele não recuou e tornou-se um discípulo de Jesus. Palavras do Santo Padre Um cego naqueles tempos — mas também até há pouco tempo — podia viver só de esmola. A figura deste cego representa muitas pessoas que, inclusive hoje, se encontram marginalizadas por causa de uma deficiência física ou de outro tipo. Está afastado da multidão, está ali enquanto as pessoas passam atarefadas, absortas em seus pensamentos e em tantas coisas… E a estradas, que podem ser um lugar de encontro, para ele são ao contrário um lugar de solidão. Uma multidão que passa… E ele sozinho. (…) O Evangelista diz que alguém no meio da multidão explicou ao cego o motivo da presença de toda aquelas pessoas dizendo: «Passa Jesus, o Nazareno!» (v. 37). A passagem de Jesus está indicando com o mesmo verbo com o qual no livro do Êxodo se fala da passagem do anjo exterminador que salva os Israelitas na terra do Egito (cf. Êx. 12, 23). É a «passagem» da Páscoa, o início da libertação: quando Jesus passa, há sempre libertação, sempre salvação! (…) Irmãos e irmãs, a passagem do Senhor é um encontro de misericórdia que une todos à volta d’Ele para permitir que reconheçamos quem necessita de ajuda e de conforto. Jesus passa também na nossa vida; e quando passa Jesus, eu dou-me conta, é um convite a aproximar-me d’Ele, a ser mais bondoso, a ser um cristão melhor, a seguir Jesus. (Audiência Geral de 15 de junho de 2016)
Papa Francisco: por favor, não nos esqueçamos dos pobres

Na missa do VIII Dia Mundial dos Pobres, Francisco faz um apelo aos governos e às organizações internacionais, mas convida a Igreja a sentir “a mesma compaixão do Senhor” diante dos últimos, e pede aos cristãos que se tornem “sinal da presença do Senhor”, pertos do sofrimento dos necessitados para aliviar suas feridas e mudar sua sorte: só assim a Igreja “se torna ela mesma, casa aberta a todos”. Por favor, não nos esqueçamos dos pobres!”. A invocação com a qual o Papa Francisco encerra sua homilia na missa do VIII Dia Mundial dos Pobres neste domingo (17/11), na Basílica de São Pedro, é dirigida à Igreja, aos governos dos Estados e às organizações internacionais, mas também “a todos e a cada um”. E aos fiéis em Cristo, o Papa nos lembra que “é a nossa vida impregnada de compaixão e de caridade que se torna sinal da presença do Senhor, sempre próximo do sofrimento dos pobres, para aliviar as suas feridas e mudar a sua sorte”. Porque a esperança cristã precisa de “cristãos que não se viram para o outro lado” e que sintam “a mesma compaixão do Senhor diante dos pobres”. Francisco sublinhou isso lembrando uma advertência do cardeal Martini: somente servindo os pobres “a Igreja ‘torna-se’ ela mesma, isto é, uma casa aberta a todos, um lugar da compaixão de Deus pela vida de cada homem”. Jesus se tornou pobre por nós Em uma Basílica lotada, com a presença dos pobres que mais tarde almoçam com ele na Sala Paulo VI, o Pontífice abre a celebração com a exortação do ato penitencial: “Com o olhar fixo em Jesus Cristo, que se fez pobre por nós e rico de amor para com todos, reconheçamos que precisamos da misericórdia do Pai”. O celebrante no altar é o arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização. Na escuridão deste tempo, brilha uma esperança inabalável Na homilia, o Papa Francisco relê a passagem do Evangelho de Marcos, na liturgia deste XXXIII Domingo do Tempo Comum, com as palavras de Jesus aos discípulos antes de sua paixão, descrevendo “o estado de espírito daqueles que viram a destruição de Jerusalém”, mas também a chegada extraordinária do Filho do Homem. “Quando tudo parece desmoronar-se, que Deus vem, que Deus se aproxima, que Deus nos reúne para nos salvar”. Jesus convida-nos a ter um olhar mais aguçado, a ter olhos capazes de “ler por dentro” os acontecimentos da história, para descobrir que, mesmo na angústia dos nossos corações e dos nossos tempos, há uma esperança inabalável que resplandece. Angústia e impotência diante da injustiça do mundo Neste Dia Mundial dos Pobres, portanto, o Papa nos convida a nos determos nas duas realidades, “angústia e esperança, que sempre duelam entre si na arena do nosso coração”. Ele começa com a angústia, tão difundida em nosso tempo, “onde a comunicação social amplifica os problemas e as feridas, tornando o mundo mais inseguro e o futuro mais incerto”. Se o nosso olhar, enfatiza, “se detém apenas na crônica dos acontecimentos, dentro de nós a angústia ganha terreno”, porque ainda hoje, como na passagem do Evangelho, “vemos o sol escurecer e a lua se apagar, vemos a fome e a carestia que oprimem tantos irmãos e irmãs, vemos os horrores da guerra e a morte de inocentes”. E corremos o risco de “afundarmos no desânimo e de não nos apercebermos da presença de Deus no drama da história. Assim, condenamo-nos à impotência”. Vemos crescer à nossa volta a injustiça que causa a dor dos pobres, mas juntamo-nos à corrente resignada daqueles que, por comodismo ou por preguiça, pensam que “o mundo é assim mesmo” e que “não há nada que eu possa fazer”. Desse modo, até a própria fé cristã é reduzida a uma devoção inócua, que não incomoda os poderes deste mundo e não gera um compromisso concreto de caridade. A ressurreição de Jesus acende a esperança Francisco cita a sua Exortação Apostólica Evangelii gaudium para nos lembrar que, “enquanto crescem as desigualdades e a economia penaliza os mais fracos, enquanto a sociedade se consagra à idolatria do dinheiro e do consumo”, acontece que “os pobres e os excluídos não podem fazer outra coisa senão continuar a esperar”. Mas no quadro apocalíptico que acaba de ser descrito no Evangelho, Jesus “acende a esperança”, descrevendo a chegada do Filho do Homem “com grande poder e glória”, para reunir “os seus eleitos dos quatro ventos”. Assim, ele “alarga o nosso olhar para que aprendamos a perceber, mesmo na precariedade e na dor do mundo, a presença do amor de Deus que se faz próximo, que não nos abandona, que atua para a nossa salvação”. Jesus, lembra o Pontífice, está apontando “inicialmente para a sua morte que terá lugar pouco depois”, mas também para “o poder da sua ressurreição” que destruirá as cadeias da morte, “e um mundo novo nascerá das ruínas de uma história ferida pelo mal”. Jesus nos dá essa esperança por meio da bela imagem da figueira: “quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto”. Do mesmo modo, também nós somos chamados a ler as situações da nossa história terrena: onde parece haver apenas injustiça, dor e pobreza, precisamente naquele momento dramático, o Senhor aproxima-se para nos libertar da escravidão e fazer brilhar a vida. Você olha nos olhos a pessoa que ajuda? E isso é feito, ele explica, “com nossa proximidade cristã, com a nossa fraternidade cristã”. Não se trata de jogar uma moeda nas mãos de quem precisa. Àquele que dá a esmola, eu pergunto duas coisas: “Você toca as mãos das pessoas ou joga a moeda sem tocá-las? Você olha nos olhos a pessoa que ajuda ou desvia o olhar?”. Perto do sofrimento dos pobres Cabe a nós, seus discípulos, continua o Papa Francisco, que graças ao Espírito Santo podemos semear essa esperança no mundo. “Somos nós” – e aqui ele cita sua Encíclica Fratelli tutti – “que podemos e devemos acender luzes de justiça e de solidariedade, enquanto se
O prémio do bem não é imediato

Nós não somos daqui. É importante que procures viver sem esperar por frutos evidentes das tuas boas ações. Habitua-te a viver sem grandes esperanças no imediato. Quando fizeres algum bem ignora a falta de mudanças para melhor. O mundo, e tudo o que nele existe, muda. Mas muda devagar, muito devagar. É preciso enorme paciência para insistir, apesar da falta de resultados. As transformações nos outros, e em nós, dão-se primeiro no interior, e é a partir daí que se vão expressando a pouco e pouco, de forma tão lenta que mais parece nada estar a mudar. Mas é desta mesma forma que crescem as árvores e o mar vai transformando as rochas. Talvez não consigamos ver, durante o tempo da nossa vida, as grandes consequências do que fazemos neste mundo. A nossa vida mais importante está no futuro. Nós não somos daqui. Chegámos sem saber como e voltaremos também sem compreender por que razão viemos, nem porque temos de regressar. Mais ainda, não sabemos quando acabará esta vida (que é apenas uma pequena parte da outra), pode ser apenas daqui a três dias ou daqui a trezentos anos, quem sabe? Cada um de nós deve buscar ser feliz. Não neste mundo nem já hoje, mas a uma profundidade onde habita o que em nós não passa. De momento, cumpre-nos viver, mais do que sobreviver. E, ainda, conviver mais do que viver… e que, ao partilharmos assim as nossas vidas, as enchamos de amor. Que o amor seja a razão, o apoio e aquilo que nos liga uns aos outros. A linha que separa o bem do mal é a mesma que separa o amor do egoísmo. Não procures prémios neste mundo, pois nós não somos daqui. (© iMissio)
XXXIII Domingo do Tempo Comum

A Palavra de Deus no XXXIII Domingo do Tempo Comum, o penúltimo domingo do ano litúrgico, convida-nos a viver com confiança e esperança num Deus que veio, que vem e que virá. I LEITURA (Dan 12,1-3) A primeira leitura, constituída por três versículos do Livro de Daniel, situa-se na época em que as comunidades judaicas que viviam dispersas eram perseguidas, estavam desanimadas e com algumas dificuldades em manter a sua fidelidade a Deus. É neste contexto que surge a Profecia de Daniel, na qual o autor pretende transmitir às comunidades a necessidade de resistirem e de restabelecerem a sua confiança e esperança em Deus, porque aqueles que assim procederem, os justos e os que mantiverem a sua fidelidade a Deus e aos seus valores, terão a vida eterna como seu último destino “…brilharão como estrelas por toda a eternidade” Num tempo em que há muitos cristãos que, pelas mais variadas razões, se deixam invadir por incertezas e desânimo, torna-se necessário que, em cada dia, tenhamos a capacidade de reavivar a fé em Deus e a esperança na sua intervenção salvífica. II LEITURA (Heb 10,11-14.18) A segunda leitura é a parte final da reflexão sobre a distinção entre o sacerdócio de Cristo e o praticado pelos sacerdotes da Antiga Aliança. Mais uma vez, o autor da Epístola aos Hebreus comunica-nos que o sacrifício único de Jesus Cristo, realizado com a oferta da sua própria vida, nos libertou definitivamente do pecado, oferecendo a vida eterna e a comunhão plena com Deus a todos que, como Ele, fizerem da sua vida um dom de amor, de serviço e de entrega. EVANGELHO (Lc 21,36) A passagem evangélica de hoje situa-se em Jerusalém, onde Jesus se encontra para celebrar a sua Páscoa. No discurso escatológico feito numa linguagem apocalíptica, Jesus anuncia aos seus discípulos os acontecimentos que precederão a vinda do Filho do Homem (título usado por Jesus para se referir a si mesmo), os quais acontecerão como sinais da acção de Deus. Não precisamos de ter medo nem desespero, mas total confiança na promessa de vida eterna anunciada por Jesus Cristo. A vinda do “Filho do Homem”, acontecimento que aponta claramente para a Parusia, ou seja, a segunda vinda gloriosa de Jesus Cristo no final dos tempos – “… hão de ver o Filho do Homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória”-, será a altura em que reunirá os seus eleitos, libertando-os de tudo quanto os impede de ter vida em plenitude e oferecendo-lhes um mundo novo, onde conhecerão a felicidade plena. Não há data definida para que tal aconteça – “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém os conhece…” – e, por isso, os discípulos são convidados a estar atentos aos sinais, pois a última vinda de Jesus em glória é certa, mas o dia e a hora são incertos. Neste tempo de espera e de vigia, os seguidores de Cristo não devem viver na incerteza e preocupados, mas com a convicção de que Ele “de novo há de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos e o seu reino não terá fim” (assim professamos no Credo) e na alegre esperança de que a promessa divina de um novo mundo será uma realidade. XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Campanha de recolha de alimentos

O Grupo de Vicentinos da Paróquia de S. Salvador de Ramalde pretende preparar um cabaz de Natal especial, para oferecer às 70 famílias carenciadas que ajuda mensalmente. Para que o seu propósito seja concretizado, o Grupo está a realizar uma campanha de recolha de alimentos, que se prolongará até ao dia 15 de Dezembro. Os produtos alimentares que podem ser deixados na entrada principal da Igreja, no local que está devidamente sinalizado, são os seguintes: leite, óleo, azeite, açúcar, arroz, massas, salsichas, conservas de peixe, cereais e bolachas. Participe nesta iniciativa de solidariedade. Contribua para que algumas famílias possam usufruir de um Natal mais feliz.