Ninguém é feliz sem cruz

Face aos sofrimentos próprios da existência importa que não fujamos, nem os suportemos apenas como se fossem justos. Não são. O que há a fazer é não desistir de os ultrapassar, a fim de prosseguirmos o nosso caminho. Quando carregamos a nossa cruz e algo nos faz tropeçar, caímos e a cruz cai sobre nós… mas, se é bom parar um pouco, é essencial que nos levantemos de novo, porque o céu não é no chão. Estamos todos de passagem neste mundo. Todos carregamos problemas duradouros e enfrentamos adversidades inesperadas. E quase sempre aqueles que muito se queixam não são os mais castigados… antes sim os que procuram quem os ajude, enquanto também tentam justificar-se para não terem de ajudar ninguém. Os ombros fortalecem-se à medida que são forçados a suportar as contrariedades. E é isso mesmo que devemos sempre pedir: mais força, ombros mais fortes, em vez de cruzes mais leves ou até uma vida sem fardos. Ser feliz é o resultado de aprender a caminhar neste mundo com uma cruz às costas, mas agradecendo a força que nos eleva e leva para diante a cada momento de maior fraqueza. Ser feliz é ser grato por esta vida, apesar de tudo. Escutar o outro, estar atento, socorrê-lo e até ajudá-lo a levar a sua cruz durante uma etapa mais curta ou mais longa: eis o segredo que dá sentido à nossa vida. Cada um de nós é do tamanho das dores que o seu próprio coração alberga. É sempre e só na desgraça que nos revelamos tal como somos, a nós, aos outros e ao céu. Tal como nos lendários mapas do tesouro, é a cruz que assinala o local para onde nos devemos dirigir. Mantém-te firme e ama por mais pesada que seja a tua cruz.Faz parte da felicidade suportar os golpes do mal e, ainda assim, ganhar o combate. O amor é uma arma contra o mal. E, porque amar é o único caminho para a felicidade, então só enfrentando o mal chegaremos a encher a nossa alma da vida que não tem fim. (© iMissio)

Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 9,18-22 Jesus perguntou aos seus discípulos: quem eu sou no entender do povo? João Batista, Elias ou algum dos antigos profetas, responderam. E vós, quem dizeis que eu sou? Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Observe que todos precisam responder à mesma pergunta: o povo e também os discípulos. Na verdade, também a nós é perguntado quanta adesão damos a Jesus, à sua proposta de mundo novo, onde reina a paz, o amor e a justiça. A pergunta quem sou eu para você, significa: quanto que eu conto na prática do seu dia a dia, nos seus relacionamentos com as pessoas, no seu modo de ser? É isso que nos pergunta o próprio Jesus. Palavras do Santo Padre É uma pergunta que também podemos fazer a nós próprios: o que dizem as pessoas de Jesus? Geralmente coisas positivas: muitos veem-no como um grande mestre, como uma pessoa especial: boa, justa, coerente, corajosa… Mas será isto suficiente para compreender quem é e, sobretudo, será suficiente para Jesus? Parece que não. Se Ele fosse apenas uma figura do passado (…) seria apenas uma bela recordação de um tempo passado. E isso não agrada a Jesus. Portanto, logo a seguir, o Senhor faz aos discípulos a pergunta decisiva: «Mas vós – vós! – quem dizeis que eu sou?» (v. 15). Quem sou eu para vós agora? Jesus não quer ser um protagonista da história, mas quer ser protagonista do teu hoje, do meu hoje; não um profeta distante: Jesus quer ser o Deus próximo! Cristo, irmãos e irmãs, não é uma memória do passado, mas o Deus do presente. Se fosse apenas uma figura histórica, imitá-lo hoje seria impossível: encontrar-nos-íamos perante a grande vala do tempo e, sobretudo, perante o seu modelo, que é como uma montanha muito alta e inalcançável (…). Em vez disso, Jesus está vivo: recordemo-lo, Jesus está vivo, Jesus vive na Igreja, vive no mundo, Jesus acompanha-nos, Jesus está ao nosso lado, oferece-nos a sua Palavra, oferece-nos a sua graça, que iluminam e restabelecem no caminho. (Angelus de 27 de agosto de 2023)

“Uma grande parte da evangelização está-vos entregue. Obrigado!”

Bispo do Porto marcou presença na abertura dos trabalhos das XIX Jornadas Catequéticas da Diocese do Porto. D. Manuel Linda agradeceu, no sábado dia 21 de setembro, o trabalho dos catequistas em “tantas realidades” e considerou que estes agentes “tem em mãos grande parte do trabalho de evangelização, hoje”. “Quero, antes de mais, agradecer o vosso trabalho. Com crianças, jovens e adultos. Vós chegais onde nós, os bispos e os padres, tantas vezes não chegamos e, por isso uma grande fatia da evangelização da Igreja está-vos entregue. Obrigado pel vossa doação”, afirmou. Na abertura dos trabalhos presenciais das XIX Jornadas Catequéticas da Diocese do Porto, que decorreram até dia 26 de setembro, o bispo do Porto deu nota da “profunda mutação social que vivemos”, que vem acompanhada de “uma contestação ao fenómeno religioso em geral e ao cristianismo em particular”. “Hoje sois desafiados a ir às fronteiras e a fazer brotar a semente da fé em diferentes contextos. Sois mesmo os principais contribuidores desta primeira tarefa da Igreja”, desenvolveu. A menos de três meses da abertura do «Jubileu da Esperança», D. Manuel Linda refletiu sobre o tema e sustentou que é necessário “não ficar pelas palavras”, mas agir em conjunto. “Sobretudo com os últimos Papas a Igreja viveu sempre sob o mote de diversos temas. Isto põe a igreja universal em sintonia de temática, de pensamento e de ação, mas é necessário não cair na tentação de tudo ficar apenas pelas palavras. Missão e sinodalidade devem estar sempre presentes na Igreja, assim como a Esperança”, considerou. Lembrando que o tema da “esperança” sempre marcou a vida da Igreja, desde logo estando presente “nas virtudes teologais”, convidou os catequistas a um maior anúncio da esperança nos dias de hoje. “Precisamos de reanimar o tema de esperança. Num mundo em forte mudança, onde se percorrem caminhos diferenciados do passado, precisamos de estar atentos e atuante nesta viragem da história. Na nossa pregação e na catequese falamos muito da fé, da caridade, mas pouco da esperança”, disse. “Temos alguma dificuldade em acompanhar a mutação e a virtude da esperança ajuda-nos a olhar para o futuro. A fé baseia-se no evento continuo da história, e a caridade na horizontalidade, o olhar para o outro, mas a esperança leva-nos ao futuro, um futuro que é preciso construir”, desenvolveu. No final da sua intervenção, D. Manuel Linda agradeceu o trabalho desenvolvido por Isabel Oliveira, diretora do Secretariado Diocesano da Educação Cristã (SDEC) do Porto “e pela sua equipa”, e convidou os catequistas a ajudarem as crianças a “olhar um futuro que pode, deve e tem de ser mais humano. A ajudar a gerar uma chave de leitura do real que nos permita instalar o reino de Deus, um reino dos grandes valores que dão consistência a uma comunidade. Hoje corremos o risco de formar boas pessoas individualmente, mas não estar a formar para a comunidade”, completou. (inf: Educris)

Assembleia de Grupos Paroquiais

No passado Sábado, dia 21, realizou-se uma Assembleia de Grupos Paroquiais, na qual estiveram presentes membros da quase totalidade dos grupos. Antes de iniciar os trabalhos, foi entoado o cântico que tem como refrão “Somos a Igreja de Cristo, as pedras vivas do templo do Senhor!”, sem dúvida um cântico adequado ao momento, e efectuada uma oração de invocação do Espírito Santo, pedindo-Lhe que venha em nosso auxílio e nos conceda os dons necessários para que unidos consigamos construir uma comunidade que tenha como pilar fundamental o amor fraterno. Dando continuidade à Assembleia, Marta Trigo, responsável pelo grupo dos leitores, que em conjunto com membros do “Move-te” assumiram a responsabilidade por toda a logística da Assembleia, apresentou a ordem de trabalhos e referiu os motivos básicos que inspiraram a realização do encontro. Da ordem de trabalhos, a seguir mencionada, salientam-se três temas: o conhecimento da missão e das actividades de cada grupo paroquial, o Plano Paroquial de Pastoral para o ano de 2024/25 e o espaço dedicado ao convívio. Ordem de trabalhos: 15h15 – Receção dos Grupos; 15h30/17h00 – Apresentação dos grupos 17h00/17h20 – Breve convívio entre os grupos; 17h20/18h40 – apresentação do Plano de atividades para 2024/25: 19h00 – Participação na Eucaristia Um representante de cada grupo deu a conhecer a missão e as actividades que desenvolvem, as quais são fundamentais para que seja construída uma comunidade cristã capaz de viver em união e comunhão com Deus e os irmãos. No intervalo dos trabalhos, houve um tempo de convívio, o que serviu para melhorar o relacionamento interpessoal e fortalecer o espírito de cooperação e entreajuda, valores essenciais para desenvolver as actividades que visem a  edificação de uma comunidade unida em redor de Jesus Cristo vivo e ressuscitado. Em seguida, foi apresentado o Plano Paroquial de Pastoral, documento elaborado com a colaboração de todos os grupos, no qual se descrevem as actividades pastorais para o ano de 2024/25. Este plano irá ser divulgado através do site da Paróquia e da afixação mensal no painel existente na entrada da Igreja, de modo que seja um meio que, para além de ser informativo, possa ser também promotor de uma comunidade comprometida e que tenha uma participação activa na vida da paróquia. No encerramento da reunião, o Pe. Mário Henrique referiu a importância de todos os grupos na vida da comunidade paroquial e salientou que o “caminhar juntos” evidenciado nesta Assembleia é já uma resposta ao apelo do Papa Francisco para que a sinodalidade seja o modo de viver e agir da Igreja. O encontro terminou com a participação de todos na Eucaristia, na qual, no momento de oração de Acção de Graças, foi feito o agradecimento  ao Senhor pelo “encontro com os irmãos que, reunidos no amor e por vosso amor, querem continuar a caminhar contigo” e o pedido para “nos enviar a anunciar e testemunhar o Teu amor, cantar a Tua presença no meio do mundo e no coração de todos aqueles que connosco vivem e convivem no dia a dia.”

Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 9,7-9 Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus estava fazendo e disse: quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas? E procurava ver Jesus. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Herodes queria ver Jesus, mas por curiosidade ou para colocar Jesus a serviço dos seus interesses. Na verdade ele encontrou-se com Jesus antes da condenação, mas não lhe serviu nada, pois o seu coração não se sintonizou com o de Jesus. Não quero ser igual a Herodes, mas posso agir como ele quando não me sintonizo com o querer divino, com a Palavra Divina, com a Eucaristia e assim esbarro em Jesus, mas ele não me contagia. Palavras do Santo Padre Não se pode conhecer Jesus sem ter problemas. E ouso dizer: “se quiseres ter um problema, siga o caminho que te leva a conhecer Jesus” e, então, muitos problemas surgirão. Mas é o caminho. Não se pode conhecer Jesus na primeira classe. Só conhecemos Jesus no caminho diário da vida. Não se pode conhecer Jesus na tranquilidade, nem na biblioteca. É preciso conhecer Jesus no catecismo, mas não basta conhecê-Lo com a mente, é preciso conhecê-Lo no diálogo com Ele, conversando com Ele, na oração, de joelhos. Se tu não rezas, se tu não falas com Jesus, tu não O conheces. Sabes coisas sobre Jesus, mas não tens aquele conhecimento dado pelo coração na oração. Conhecer Jesus com a mente, com o estudo do catecismo, conhecer Jesus com o coração, na oração, no diálogo com Ele. Isso nos ajuda bastante, mas não é suficiente, há uma terceira maneira de conhecer Jesus: segui-lo, ir com Ele, caminhar com Ele. Não se pode conhecer Jesus sem se envolver com Ele, sem arriscar a vida por Ele. Quando muitas pessoas, inclusive nós, fazem esta pergunta: “Mas quem é este?”, a Palavra de Deus nos responde: “Tu queres saber quem é este? Lê o que a Igreja diz sobre ele, fala com ele em oração e caminha na sua estrada com Ele. E assim saberás quem é esse homem. Esse é o caminho, cada um deve fazer a própria escolha”. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 26 de setembro de 2013)