Intenções do Papa para o mês de Setembro

Intenção – Pelo grito da Terra Rezemos para que cada um de nós ouça com o coração o grito da Terra e das vítimas das catástrofes ambientais e da crise climática, comprometendo-nos pessoalmente a cuidar do mundo que habitamos. CUIDAR DA CASA COMUM “Promover a solidariedade global, tendo em conta que a biodiversidade é um bem comum, que requer um compromisso partilhado; colocar no centro as pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo as mais afetadas pela perda de biodiversidade, como os povos indígenas, as pessoas mais idosas e os jovens”. (Papa Francisco) Que gestos concretos queres fazer para cuidar do espaço que habitas, que também é o dos teus irmãos e o da criação inteira? ESCUTAR A DOR “O grito amargo da criação, escutemo-lo e respondamos com atos, para que nós e as gerações futuras possamos continuar a alegrar-nos com o doce canto de vida e esperança das criaturas”. (Papa Francisco) Contempla, na dor do meio ambiente e dos irmãos, a oportunidade de fazer algo por eles. O que está ao teu alcance? CUIDAR DA VIDA (AR, ÁGUA, SERES VIVOS) “Viver a vocação de protetores da obra de Deus é parte essencial duma existência virtuosa. Não é algo opcional, nem um aspeto secundário da experiência cristã”. (Papa Francisco) Expressas a tua fé e a tua relação com Deus cuidando e protegendo a natureza e as pessoas que Ele te COMPROMETER-SE PESSOALMENTE “Como pessoas de fé, sentimos, além disso, a responsabilidade de agir, no nosso dia a dia, em consonância com esta necessidade de conversão, que não é apenas individual”. (Papa Francisco) Escreve um propósito que manifeste o teu desejo de cuidar do meio ambiente e das pessoas que Deus te confiou. MOBILIZARMO-NOS COM OUTROS “A conversão ecológica necessária para criar um dinamismo duradouro de mudança é também uma conversão comunitária … Trata-se de ‘converter’ os modelos de consumo e produção, bem como os estilos de vida, numa direção mais respeitadora da criação e do desenvolvimento humano integral de todos os povos presentes e futuros”. (Papa Francisco) Há algo na tua maneira de consumir que possas melhorar, para não gerar resíduos nem gastos prejudiciais para a natureza e para os outros
XXII Domingo do Tempo Comum

Neste Domingo, o XXII Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus convida-nos a reflectir sobre verdadeiro sentido da Lei de Deus, uma lei que não é apenas um conjunto de normas e preceitos que devem ser estritamente cumpridos, mas é essencialmente um caminho pelo qual todos os homens podem alcançar a felicidade e a vida em plenitude. I LEITURA (Dt 4,1-2.6-8) O Livro de Deuteronómio, que quer dizer “segunda lei”, é constituído pelos três discursos de Moisés que, nas vésperas da sua morte, dirigiu ao povo como forma de testamento espiritual. Na primeira Leitura, formada por algumas perícopes do primeiro discurso, Moisés, exorta o povo de Israel a observar e a pôr em prática as leis e preceitos de Deus por ele transmitidos, para que possam viver e tomar posse da terra prometida pelo Senhor. Contudo, para que a lei dada pelo Senhor seja realmente um caminho seguro para a liberdade e a felicidade, Moisés adverte o Povo de que não pode acrescentar ou omitir algo que altere o seu verdadeiro sentido, porque a lei do Senhor é para ser ouvida, acolhida e respeitada na sua totalidade. Com este procedimento, o povo de Israel dava testemunho da sua fidelidade à Aliança e da sua fé num único Deus, e mostrava ser um povo sábio aos olhos dos povos que, naquele tempo, tinham uma prática cultual-religiosa idolátrica. Que esta leitura nos faça tomar consciência de que os mandamentos e a Lei de Deus são para cumprir na totalidade e não conforme as circunstâncias do momento ou segundo interesses e desejos pessoais, doutra forma, os cristãos não serão capazes de provocar a admiração daqueles que não seguem a Lei do Senhor. II LEITURA (Tg 1,17-18.21-22.27) A partir deste domingo e até ao 26.ºdo Tempo Comum, a segunda Leitura é composta por algumas das passagens mais significativas da Carta de Tiago. No texto deste Domingo, Tiago convida-nos a acolher a Palavra de Deus, que não é uma simples palavra, mas um dom de Deus, e sobretudo a cumpri-la – Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes…” O que Tiago pretende transmitir é que o cumprimento da Palavra de Deus não se reduz ao seu acolhimento, à sua compreensão e aceitação, mas tem de passar por acções concretas que se identifiquem completamente com ela. Não basta cumprir normas e ritos, mas é necessário um efectivo compromisso com a Palavra de Deus, de tal modo que esta seja o princípio orientador fundamental nas relações com os outros. Numa sociedade em que há muitas palavras que seduzem e que pouco ou nada valem, o cristão tem de saber distinguir, valorizar e comprometer-se com a Palavra de Deus, para que, por acção dela, possa contribuir activamente para a construção de um mundo mais fraterno e justo. EVANGELHO (Mc 7,1-8.14-15.21-23) O Evangelho, que retoma o evangelista Marcos, relata-nos que os fariseus seguiam rituais provenientes da tradição antiga, designadamente o rito de “purificação”, que consistia em lavar as mãos antes da refeição para eliminar a entrada no seu corpo de algo que os pudesse tornar impuros, e, por isso, não entendiam que os discípulos de Jesus não procedessem da mesma forma. Colocado diante desta questão, Jesus, citando o profeta Isaías, repreende-os, chamando-os de hipócritas: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim”. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos”. Em seguida, dirigiu-se à multidão para dizer que as impurezas não são consequência do incumprimento visível das tradições ou das leis, mas do interior do próprio homem – “do interior do homem é que saem os maus pensamentos: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez”. Esta mensagem de Jesus Cristo deve levar os cristãos a reflectir sobre a forma como vivem a sua fé. Será que, como os fariseus, apenas valorizam o cumprimento das leis e as práticas exteriores e não se preocupam com uma verdadeira conversão interior, com o cumprimento da vontade de Deus? XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Repelir os migrantes é pecado grave. A indiferença mata

A Audiência Geral voltou à Praça São Pedro esta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice dedicou sua catequese ao drama dos migrantes: que mares e desertos não se tornem cemitérios. “Mar e deserto” foi o título da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice fez uma pausa em seu ciclo sobre o Espírito Santo para se solidarizar com as pessoas que – mesmo no momento presente – se arriscam em viagens perigosas para viver em paz e segurança em outro lugar. O pecado do rechaço Ao falar de mares e desertos, o Papa se referiu a todas as águas traiçoeiras e territórios inacessíveis e inóspitos: “As atuais rotas migratórias são frequentemente marcadas por travessias que para muitas, demasiadas pessoas, são mortais”, denunciou o Pontífice. Como Bispo de Roma, Francisco se concentrou no caso emblemático do Mediterrâneo, que se tornou um cemitério. “E a tragédia é que muitos destes mortos, a maioria, poderiam ter sido salvos. É preciso dizê-lo claramente: há quem trabalhe de forma sistemática e com todos os meios para repelir os migrantes. E isto, quando feito com consciência e responsabilidade, é um pecado grave.” O órfão, a viúva e o estrangeiro, destacou o Papa, são os pobres por excelência que Deus sempre defende e nos pede para defender. Mas não só mares, alguns desertos também se tornam cemitérios de migrantes. E citou um dos casos que conheceu pessoalmente, o do camaronês Mbengue Nyimbilo Crepin, conhecido como Pato, cuja mulher Matyla e a filha Marie, de seis anos, morreram de fome e sede no deserto. “Na era dos satélites e dos drones, há homens, mulheres e crianças migrantes que ninguém deve ver. Só Deus os vê e ouve o seu clamor. E esta é uma crueldade da nossa civilização.” O Pontífice recordou que o mar e o deserto são também lugares bíblicos repletos de valor simbólico, que testemunham o drama da opressão e da escravatura. E Deus nunca abandona o seu povo: está com eles, sofre, chora e espera com eles. “O Senhor está com os nossos migrantes no mare nostrum, o Senhor está com os migrantes, não com quem os rejeita.” A indiferença mata Neste cenário mortífero, promover leis mais restritivas e militarizar as fronteiras não são a solução. Em vez disso, é preciso expandir rotas de acesso seguras e regulares, facilitando o refúgio para aqueles que fogem de guerras, violência, perseguições e vários desastres. Mas não só, necessita-se de uma governança global das migrações baseada na justiça, na fraternidade e na solidariedade, combatendo ao mesmo tempo o tráfico de seres humanos. Francisco concluiu convidando os fiéis a pensarem nas tragédias migratórias, como nas cidades de Lampedusa e Crotone, e enaltecendo os “bons samaritanos” que fazem tudo para ajudá-los, como os voluntários da associação “Mediterranea Saving Humans”: “Estes homens e mulheres corajosos são sinal de uma humanidade que não se deixa contagiar pela má cultura da indiferença e do descarte”. “O que mata os migrantes é a nossa indiferença e a atitude de descarte.” Todos os cristãos podem contribuir, acrescentou o Pontífice, ninguém está excluído desta luta de civilização. Há muitos modos, começando pela oração: “E a vocês, pergunto: Vocês rezam pelos migrantes, por quem vem às nossas terras para salvar a vida? E há quem queira expulsá-los.” Por fim, um apelo: “Queridos irmãos e irmãs, unamos os nossos corações e forças, para que os mares e os desertos não sejam cemitérios, mas espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e fraternidade.”
Levanta-te e anda!

O desânimo é um dos nossos maiores inimigos. Convence-nos de que as esperanças e as lutas para as alcançar não valem a pena. Que a noite não terá fim. Que é demasiado tarde para mudar o que quer que seja. Que o melhor é desistir… O primeiro e mais importante sucesso do desalento é desviar-nos do nosso objetivo, fazendo-nos desacreditar nos nossos sonhos. Que o medo não nos tome e nos faça escravos da desesperança. Para não te perderes, é importante que decidas para onde queres ir. Que não queiras alcançar muitos destinos. Que não vás pelos caminhos dos outros ou pelos mais fáceis. A cada dia, pode ser necessário ajustar o plano em algum ponto. Ainda que se mantenha o objetivo, temos de adaptar o percurso às circunstâncias em que nos é dado viver. Nenhum de nós controla a vida, mas somos livres de lhe responder de muitas formas. Procura estar onde estás, porque quem quer estar em todo o lado nunca está em lado algum. Decide-te. Escolher um caminho é dizer não a todos os outros. Nunca é demasiado tarde para mudar de destino e de caminho, mas cada passo que deres está dado, pois jamais alguém poderá desfazer ou refazer o que já foi feito. Não deixes que o caminho te leve. Por vezes, é suposto ir por onde não há caminho! Levanta-te e anda, sabendo que a cada dia o essencial não são os frutos que colhes, mas as sementes que lanças. Faz o que tens a fazer. Isso é muito mais valioso do que todas as consequências imediatas que tirares daí. Por melhores ou piores que sejam. Ainda que não compreendas o porquê, levanta-te, alimenta-te, fortalece-te e anda… porque é longo o caminho que ainda tens de fazer, pelo meio de grandes desertos e, tantas vezes, por onde não há chão. Confia. Mesmo que te sintas perdido, nunca estarás sozinho. (© iMissio)
XXI Domingo do Tempo Comum

A Palavra de Deus do XXI Domingo do Tempo Comum convida-nos a reconhecer que só Jesus Cristo tem para nós palavras de vida eterna e, consequentemente, a seguir com convicção e fidelidade o caminho que Ele nos propõe. I LEITURA (Jos 24, 1-2.15-17.18) O Livro de Josué narra-nos a chegada à terra prometida por Deus e a subsequente posse da mesma, o que constitui um dos mais relevantes acontecimentos da história do povo de Israel. Após a morte de Moisés, Josué recebe a missão de conduzir o Povo de Israel. Depois de entrar na terra prometida e ter verificado existirem outros povos que prestavam culto a deuses pagãos, o que o levou a recear que o seu povo se deixasse contaminar por este comportamento e abandonasse a sua fidelidade à Aliança, Josué, nas vésperas da sua morte, achou ser necessário propor uma renovação da Aliança e, por isso, reuniu todas as tribos de Israel para as colocar perante uma escolha fundamental: Quereis servir ao Senhor ou a outros deuses? Depois de ter recebido o testemunho de Josué – eu e a minha família serviremos o Senhor -, o povo decidiu servir o Senhor que o libertou da escravidão do Egipto e o acompanhou no seu caminho pelo deserto. Esta decisão de servir o Senhor não é uma obrigação, mas uma escolha livre do povo que pretende manter-se fiel à Aliança com o Deus único de Israel e não se deixar seduzir por outras propostas. Hoje, também nós, os cristãos, que optamos por seguir Cristo, somos questionados sobre as nossas escolhas e a quem devemos seguir. Será que queremos continuar a seguir o caminho de servir Deus ou preferimos servir muitos dos outros deuses presentes na sociedade actual, nomeadamente o dinheiro, o sucesso, o poder e os bens materiais? II LEITURA (Ef 5, 21-32) Neste domingo, concluímos a reflexão que temos vindo a fazer sobre as recomendações de boas práticas propostas por S. Paulo na carta aos Efésios. O apóstolo Paulo começa por dizer aos cristãos de Éfeso para serem submissos uns aos outros no temor de Cristo, definindo, desta forma, o tipo de relacionamento que deve ser uma prática comum entre os cristãos. Com a expressão “sede submissos”, Paulo pretende dizer que os cristãos devem ter nas relações com os outros uma atitude de serviço simples, humilde e de total doação, seguindo o exemplo de vida de Jesus Cristo. Em seguida, Paulo estabelece uma relação entre o amor de Cristo pela Igreja e o amor dos esposos, convidando estes a viver um amor conjugal que tenha como modelo o da comunhão de Cristo com a Igreja. É com base nesta premissa que podemos entender de que forma é que as mulheres “se devem submeter em tudo aos maridos”. Paulo não pretende contradizer a igualdade de dignidade e de direitos por ele referidos na carta aos Gálatas (já não há diferença entre judeu e grego, nem entre escravo e livre, nem entre homem e mulher) e muito menos reconhecer a superioridade do homem, mas simplesmente fazer uma analogia com a Igreja que, como esposa de Cristo, se dedica a servi-Lo por amor. De igual modo, os maridos devem amar as esposas como a si mesmos e da mesma forma como Cristo amou a Igreja e se ofereceu por ela. Este texto deve levar-nos a reflectir sobre o verdadeiro sentido do matrimónio, ou seja, da união de amor entre um homem e uma mulher, sustentada nas bênçãos de Deus. A união matrimonial do homem e da mulher, pela qual já não são dois, mas uma só carne, deve caracterizar-se por uma relação de amor e doação mútua, pois só assim é que poderá materializar-se a promessa que ambos solenemente fizeram no dia em que receberam o Sacramento do Matrimónio – “recebo-te e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”. EVANGELHO (Jo 6, 60-69) Na conclusão do capítulo VI do Evangelho de S. João, o texto de hoje, a última parte do discurso do “Pão da Vida”, relata-nos que muitos dos discípulos que ouviram Jesus não acreditavam nas suas palavras, chegando mesmo a escandalizarem-se com o que Ele dizia. Jesus sabia que muitos não conseguiriam entender o que transmitia porque lhes faltava a fé, e que, por esta razão, deixariam de O seguir. Jesus não diminui as exigências colocadas para o seguirem e interroga os doze: “Também vós quereis ir embora?” Jesus demonstra que não está interessado no número de discípulos, mas na qualidade e nas motivações daqueles que optem livremente por seguir as suas propostas. Hoje, Jesus continua a propor e a indicar o caminho de vida que devemos seguir e nunca nos obriga a nada. É sempre pela nossa opção consciente e em completa liberdade que aceitamos as condições propostas e fazemos a nossa adesão à pessoa e mensagem de Jesus Cristo. Como Pedro, também nós não devemos vacilar e, face a quaisquer dúvidas que possam surgir quanto à escolha de seguir Jesus, responder com convicção e entusiasmo: “Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que tu és o Santo de Deus”. XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM