Viver a Palavra

Palavras do Santo Padre Hoje, solenidade da Assunção da Virgem Maria, contemplamo-la a subir em corpo e alma à glória do Céu. Também o Evangelho de hoje no-la apresenta enquanto sobe, desta vez rumo a uma «região montanhosa» (Lc 1, 39). E por que sobe? Para ajudar a sua prima Isabel, e lá proclama o cântico jubiloso do Magnificat. Maria sobe e a Palavra de Deus revela-nos o que a caracteriza na sua subida: o serviço ao próximo e o louvor a Deus. […] É quando nos abaixamos para servir os nossos irmãos que subimos: é o amor que eleva a vida. Vamos servir os nossos irmãos e, com esse serviço, “subimos”. Mas servir não é fácil: Nossa Senhora, que acaba de conceber, percorre de Nazaré quase 150 quilômetros para chegar à casa de Isabel. Ajudar custa, a todos nós. […] Mas o serviço corre o risco de ser estéril sem o louvor a Deus. De fato, quando Maria entra em casa da sua prima, louva o Senhor. Não fala do cansaço da viagem, mas do coração brota um cântico de júbilo. Porque quem ama a Deus conhece o louvor. E o Evangelho de hoje mostra-nos “uma cascata de louvores”: a criança salta de alegria no seio de Isabel (cf. Lc 1, 44), que pronuncia palavras de bênção e “a primeira bem-aventurança”: «Feliz daquela que acreditou» (Lc 1, 45); e tudo culmina em Maria, que proclama o Magnificat (cf. Lc 1, 46-55). O louvor aumenta a alegria. O louvor é como uma escada: eleva os corações. (Angelus de 15 de agosto de 2023)

Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

No dia 15 de Agosto, a Igreja celebra a Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria, festa que assinala o final da vida terrena de Maria e a sua assunção em corpo e alma ao céu. Dos quatro dogmas marianos (Maria, verdadeira Mãe de Deus, Virgindade de Maria, Imaculada Conceição e Assunção) proclamados pela Igreja, a Assunção da Virgem Maria foi o último a ser proclamado. Desde os primeiros séculos que a Igreja acredita que, depois da morte, a Bem-Aventurada Virgem Maria subiu à glória do céu em corpo e alma, mas só em 1 de Novembro de 1950 o Papa Pio XII proclamou solenemente como dogma de fé a Assunção de Nossa Senhora. O papel de Maria na História da Salvação não terminou com a sua Assunção, antes pelo contrário, como nossa Mãe continua a amar todos os seus filhos e está agora num local privilegiado para interceder por eles junto de Deus. Contudo, não podem existir equívocos quanto ao lugar que ocupa Maria na vida cristã. Não há dúvidas de que os cristãos devem seguir o seu exemplo de fé e o seu modelo de discipulado, mas, ao mesmo tempo, devem ter bem presente de que, em nenhuma circunstância, Maria substitui Jesus, pois Ele é que é o único mediador entre Deus e os homens. Maria, que viveu numa incondicional confiança em Deus e esteve sempre disponível para fazer a sua vontade, foi glorificada no céu em corpo e alma. A sua Assunção é um sinal escatológico que dá sentido à esperança de que, após a nossa peregrinação terrestre, chegaremos também ao que fomos destinados: a comunhão com Deus. Esta celebração convida-nos também a olhar convictamente para a Virgem Maria como nossa Mãe, como nossa intercessora e, principalmente, como modelo de fé, de humildade e de obediência à vontade de Deus. Quanto mais olharmos para Maria, mais estaremos próximos de Jesus Cristo e dignos de alcançar as promessas de Deus. SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM DE SANTA MARIA  

Viver a Palavra

Evangelho de Mateus 18,15-20 Ensinando sobre a vida em comunidade, Jesus disse: onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei ali no meio deles. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Jesus em meio a nós é uma das presenças vivas do Senhor Jesus, tal como na Palavra e na Eucaristia. Para receber a graça da presença de Jesus entre nós é preciso vivermos o amor ao próximo até ao ponto em que o amor se torna recíproco. O amor ao próximo já era ensinado no Antigo Testamento, mas a reciprocidade é um ensinamento próprio de Jesus. De fato, onde é vivida a reciprocidade no amor, Jesus se faz presente e ali, salvando-se as proporções, se experimenta a alegria da Santíssima Trindade, onde se vive na máxima plenitude a reciprocidade do amor.  Palavras do Santo Padre Hoje o Evangelho fala-nos da correção fraterna (cf. Mt 18, 15-20), que é uma das expressões mais elevadas do amor, mas também uma das mais difíceis, porque não é fácil corrigir os outros.  Quando um irmão na fé comete uma falta contra ti, tu, sem rancor, ajuda-o, corrige-o: ajudar corrigindo. Infelizmente, porém, a primeira coisa que muitas vezes se cria à volta de quem erra é a coscuvilhice, em que toda a gente fica a saber do erro, com todos os pormenores, exceto a pessoa em questão! […] Jesus, porém, ensina-nos a comportarmo-nos de forma diferente. Eis o que ele nos diz hoje: «Se o teu irmão cometer uma falta contra ti, vai e repreende-o a sós» (v. 15). Fala com ele «cara a cara», fala com lealdade, para o ajudar a compreender onde erra. E fá-lo para o seu próprio bem, superando a vergonha e encontrando a verdadeira coragem, que não significa falar mal, mas dizer-lhe as coisas na cara com mansidão e gentileza. […] E se ele continuar a não compreender? Então, diz Jesus, envolve a comunidade. Mas, mais uma vez, sejamos claros: não se trata de fazer o pelourinho a uma pessoa, de a envergonhar publicamente, mas sim de unir os esforços de todos para a ajudar a mudar. Apontar o dedo contra não é bom, na verdade, muitas vezes torna mais difícil para quem errou reconhecer o seu erro. Pelo contrário, a comunidade deve fazer-lhe sentir que, ao mesmo tempo que condena o erro, está próxima com a oração e o afeto à pessoa, sempre pronta a oferecer-lhe o perdão, a compreensão e um novo começo. (Angelus de 10 de setembro de 2023)

Viver a Palvara

Evangelho de Mateus 18,1-5.10.12-14. Quem é o maior no Reino dos Céus? Para responder a essa pergunta, Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio dos discípulos e disse: em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças não entrareis no Reino dos Céus. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Observe as atitudes das crianças para aprender delas: elas são sinceras, gostam de brincar, de rezar, são carinhosas, não guardam rancor e nem são vingativas. Gostam de festas e se sentem felizes quando estão rodeadas por pessoas que se querem bem. As crianças confiam nas pessoas, deixam-se conduzir, estão atentas para aprender a todo momento, não vivem preocupadas com o passado ou o futuro. Retribuem os gestos de carinho com cativantes sorrisos. Jesus quer atitudes assim entre os seus discípulos. Palavras do Santo Padre Todos nós somos filhos. E isto recorda-nos sempre que a vida não no-la damos sozinhos, mas recebemo-la. O grande dom da vida é o primeiro presente que recebemos. Às vezes corremos o risco de viver esquecidos disto, como se nós fôssemos os senhores da nossa existência mas, ao contrário, somos radicalmente dependentes. Na realidade, é motivo de profunda alegria sentir que em todas as fases da vida, em cada situação e condição social, somos e permanecemos filhos. Esta é a mensagem principal que as crianças nos transmitem com a sua própria presença: só com a sua presença já nos recordam que cada um e todos somos filhos. Mas há muitos dons e riquezas que as crianças oferecem à humanidade. Recordo apenas alguns deles. Dão-lhe o seu modo de ver a realidade, com um olhar confiante e puro. A criança tem uma confiança espontânea no seu pai e na sua mãe; uma confiança espontânea em Deus, em Jesus, em Nossa Senhora. Ao mesmo tempo, o seu olhar interior é puro, ainda não poluído pela malícia, pelas ambiguidades, pelas «incrustações» da vida que endurecem o coração. Sabemos que até as crianças têm em si o pecado original, com os seus egoísmos, mas conservam uma pureza e uma simplicidade interior. Mas as crianças não são diplomáticas: dizem o que sentem, o que veem, diretamente. […] Além disso, as crianças têm em si a capacidade de receber e dar ternura. Ternura significa ter um coração «de carne» e não «de pedra», como diz a Bíblia (cf. Ez 36, 26). (Audiência Geral de 18 de março de 2015)

Viver a Palavra

Evangelho de Mateus 17,22-27 No tempo de Jesus as pessoas judias maiores de 20 anos de idade pagavam uma taxa para a manutenção do templo. No Evangelho de hoje é perguntado se Jesus também paga a taxa. Pedro responde afirmativamente e indo pescar paga por Jesus e por ele, para não escandalizar ninguém. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Com sua morte e ressurreição, Jesus nos tornou livres. Enquanto pessoas livres a nossa única obrigação é o amor fraterno para com todos. O Evangelho nos revela que mesmo não sendo devido, Jesus e Pedro pagam os impostos do templo. O que aprendemos desse exemplo de Jesus? Palavras do Santo Padre A pregação evangélica nasce da gratuidade, da admiração da salvação que vem e o que recebemos gratuitamente, devemos dar de graça. E desde o início foi assim. São Pedro não tinha uma conta bancária e, quando teve de pagar os impostos, o Senhor o enviou ao mar para pescar um peixe e encontrar a moeda dentro do peixe, para pagar. […] Tudo é graça. Tudo. E quais são os sinais de quando um apóstolo vive essa gratuidade? Primeiro, a pobreza. A proclamação do Evangelho deve seguir o caminho da pobreza. O testemunho dessa pobreza: não tenho riquezas, minha riqueza é apenas o dom que recebi, Deus. Essa gratuidade: essa é a nossa riqueza! E essa pobreza nos salva de nos tornarmos organizadores, empreendedores… É preciso realizar as obras da Igreja, e algumas são um pouco complexas; mas com um coração de pobreza, não com o coração de um investidor ou empresário, não? […] Quando encontramos apóstolos que querem enriquecer a Igreja, sem a gratuidade do louvor, a Igreja envelhece, a Igreja se torna uma ONG, a Igreja não tem vida. Peçamos hoje ao Senhor a graça de reconhecer essa gratuidade: “gratuitamente recebestes, de graça dais”. Reconhecer essa gratuidade, esse dom de Deus. E nós também vamos em frente na pregação evangélica com essa gratuidade. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 11 de junho de 2013)