Encontro de oração comunitária

Na próxima Terça-Feira, dia 17, às 20H45, haverá o encontro mensal de oração comunitária, que inclui os seguintes momentos: . Contemplação do Santíssimo Sacramento; – Testemunho – Vinha Rainho Brás (a) – Súplicas. No encontro deste mês, a nossa oração é pelas famílias que vivem no meio rural. (a) Nota biográfica: Filiação: Pai, que me ensinou a respeitar quem trabalha no campo; Mãe que me ensinou a acolher, escutar e não julgar os pobres. Eu própria: Cresci com vontade de saber sempre mais e de trabalhar com pessoas desfavorecidas do meio rural. Escolhi como inspiração o Amor, baseado no pedido de Jesus para que amemos os outros como a nós mesmos. Marido e companheiro: Alguém com a mesma inspiração, que também queria construir “um mundo justo e igual em cada irmão”; Na busca do bem comum partilhámos a vida toda, filhos, alegrias, penas e trabalhos.
Viver a Palavra

Palavras do Santo Padre «Digo-vos, porém, a vós que me escutais: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam» (vv. 27-28). Não é um optional, é uma ordem. Não é para todos, mas para os discípulos, aos quais Jesus chama “vós que escutais”. Ele sabe muito bem que amar os inimigos vai além das nossas possibilidades, mas foi por esta razão que se fez homem: não para nos deixar tal como somos, mas para nos transformar em homens e mulheres capazes de um amor maior, aquele do seu e do nosso Pai. Este é o amor que Jesus doa a quem “o escuta”. E então isso torna-se possível! Com Ele, graças ao seu amor, ao seu Espírito, podemos amar também aqueles que não nos amam, até quantos nos ofendem. (Angelus de 24 de fevereiro de 2019)
O valor da verdadeira comunidade cristã

Mediante convite do Bispo de Viana, senhor D. Emílio Sumbelelo, e acompanhado do senhor P. Samuel Guedes, concedeu-me Deus a graça de me familiarizar mais de perto com a espiritualidade dos cristãos de Angola, na grande peregrinação da Mamã Muxima, Mamã do Coração ou Senhora da Conceição de Muxima. Foi muito enriquecedor esse contacto. Porque há valores e atitudes que são válidos em qualquer tempo ou contexto, gostava de assinalar: O espírito de sacrifício dos crentes que, em zona onde não há qualquer estrutura hoteleira ou comércio organizado, dormiram vários dias em tendas e comeram do pouco que levaram. A participação nas catequeses coletivas, porventura, um dos maiores meios de evangelização de muitas dessas pessoas. A boa harmonia entre a dimensão festiva da celebração, por exemplo, no ofertório, e o enorme silêncio e concentração nos outros momentos, mormente na consagração. A autêntica partilha de bens, à maneira da primitiva comunidade de Jerusalém. Ao longo de mais de vinte minutos, centenas e centenas de ofertantes passaram em frente do altar, sem sequer pararem, para apresentaram o que tinham: frutas, bolachas, águas engarrafadas, sacos de arroz, bancos ou cadeiras, sementes, objetos de decoração, etc., etc. Estas ofertas encheram dois grandes camiões. Como é belo os pobres a cuidar dos outros pobres! Neste clima, compreendi melhor a alegria dos missionários, portugueses ou de outras nacionalidades. Entendo agora a razão de muitos quererem lá permanecer para sempre. Chamou-me a atenção o respeito que o povo de Deus dedica a quem o serve: aos catequistas, sacerdotes e, obviamente, também aos bispos. Não veem a Igreja como fornecedora de serviços, mas como estrutura de comunhão e de ajuda. Vi um clero nativo muito jovem e os seminários cheios. E interroguei-me: não será este contexto de uma fé vivida, celebrada e tornada caridade que entusiasma os jovens? Muito gostaria que, em regime de completo voluntariado, os nossos seminaristas, e especialmente os Diáconos, bem como qualquer outro fiel leigo, realizassem, num destes países, o seu estágio pastoral. Seria muito enriquecedor. Fora do contexto da peregrinação, apercebi-me do relevo que as Paróquias concedem às (porventura, rudimentares) estruturas de saúde, quase sempre dirigidas por Religiosas, e às “cozinhas coletivas”, semelhante às nossas «portas solidárias» ou antiga Sopa dos Pobres. É isto que credita a Igreja. A nível da evangelização, aposta-se muito na rádio. A maior e mais ouvida é a Rádio Maria e a Rádio Eclésia. Mas existem muitas outras, de âmbito local. Sinal de uma «Igreja em saída», de uma Igreja que não perdeu o contacto com o seu povo. Agradeço às pessoas com quem contactamos os dons da simpatia e da alegria com que nos brindaram. Um agradecimento especial aos senhores D. Emílio Sumbelelo, Bispo de Viana, e a D. Filomeno Vieira Dias, Arcebispo de Luanda. + Manuel, Bispo do Porto
Viver a Palavra

Evangelho de Lucas 6,20-26 Nas bem-aventuranças, Jesus fala aos seus discípulos: felizes sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem por causa do mim. Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? O mundo de hoje está cada vez mais tratando os discípulos de Jesus com as atitudes previstas por ele. Talvez você também já passou por perseguição por ser discípulo e discípula de Jesus. Ouça de novo o que ele diz: Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu. Palavras do Santo Padre A página do Evangelho hodierno convida-nos [… a refletir sobre o sentido profundo de ter fé, que consiste em confiar-nos totalmente no Senhor. Trata-se de abater os ídolos mundanos a fim de abrir o coração ao Deus vivo e verdadeiro; só Ele pode dar à nossa existência aquela plenitude tão desejada e difícil de alcançar. […] São muitos, de fato, também nos nossos dias, os que se propõem como dispensadores de felicidade: chegam e prometem sucesso rápido, grandes lucros ao nosso alcance, soluções mágicas a qualquer problema, e assim por diante. E é fácil, sem nos darmos conta, escorregar no pecado contra o primeiro mandamento: isto é, a idolatria, substituir Deus com um ídolo. […] Por isso, Jesus abre os nossos olhos para a realidade. Somos chamados para a felicidade, para sermos felizes, e tornamo-lo a partir e na medida em que nos pusermos do lado de Deus, do seu reino, da parte do que não é efêmero, mas que dura pela vida eterna. Somos felizes se nos reconhecermos necessitados diante de Deus […] e se, como Ele e com Ele, estivermos próximos dos pobres, dos aflitos e dos famintos. Também nós diante de Deus somos: pobres, aflitos, famintos. (Angelus de 17 de fevereiro de 2019)
Amor, palavra-chave do Evangelho

«Jesus disse-lhe: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”» (de Mateus 22, 34-40). Mestre, qual é o maior dos mandamentos? O mandamento-fonte, a palavra-fonte, a lei que unifica e dá sentido às outras, de maneira que possamos também nós simplificar a vida, ir direto ao essencial? Pergunta séria, a que Jesus responde, mas, como é seu hábito, libertando dos esquemas, propondo uma palavra que não está entre as Dez Palavras. Começa com um verbo, amarás, no futuro, a indicar que o amor é o futuro do mundo, que sem amor não há futuro: amai-vos, de outra maneira sereis destruídos. O Evangelho está todo aqui. Amarás para sarar a vida e fazê-la feliz, porque a balança na qual se pesa a bem-aventurança desta vida é dar e receber amor. Não amar é apenas um lento morrer. Morre lentamente quem não ama, quem não estremece por uma pessoa, daquele amor que volta a limpar os olhos, que «faz ver as pessoas como as vê a divindade, que move o sol e as outras estrelas e move tudo em nós» (M. Gualteri), que escava pedras para construir casas, que faz nascer abraços para nos encontrar inteiros, que faz surgir arcos-íris que apontam o caminho. Amarás Deus com todo o coração. Alguém propôs outra tradução: amarás Deus com todos os teus corações. Como que a dizer: com o teu coração de luz e também com o coração de sombra; com o coração que acredita e também com o coração que duvida; quando resplandece o sol e quando escurece; de olhos fechados quando tens medo, e até com as lágrimas. Amá-lo-ás como podes, o melhor que podes, com o que tens, mesmo quando ficas sem fôlego. Mas com toda a tua alma, ou seja, com a tua vida toda inteira. Com toda a tua mente. Deve ser amor inteligente: por isso conhece-o, lê, fala dele, vai ao fundo. Escreve uma prece, uma canção, uma poesia de amor ao teu Amor… Amarás com tudo. Se fizeres entrar uma pessoa na tua vida, não podes ser avaro de ti, serás generoso de bons sentimentos. Mas com isto, o que Jesus disse de novo? No fundo são as palavras que repetem os místicos, os buscadores de Deus de todas as religiões. A novidade de Jesus está em acrescentar um segundo mandamento, semelhante ao primeiro… O génio do cristianismo: “amarás o ser humano” é semelhante a “amarás Deus”. O próximo é semelhante a Deus. O próximo tem rosto e voz, tem coração e beleza, semelhante a Deus. A Terra responde ao Céu. Um olho para o alto, outro para baixo, cabeça no céu e pés na terra. A grandeza da vida tem a ver com o amor. Deus tem a ver com o amor. E Jesus veio para o cuidar, como curador do desamor do mundo. O desamor é o único pecado que torna a Terra deserta e impensável o amanhã. Veio para sarar o coração. E torna-se berço do futuro e berço de Deus. (Ermes Ronchi In Avvenire)