As coisas materiais não preenchem a vida, seguir o caminho da caridade

As coisas materiais não preenchem a vida: somente o amor pode fazer isso. E para que isso aconteça, o caminho a seguir é o da caridade, que não guarda nada para si, mas compartilha tudo”: foi o que disse o Papa, antes do Angelus, diante dos fiéis e peregrinos reunidos neste domingo na Praça São Pedro. “Hoje, o Evangelho nos fala de Jesus que, depois do milagre dos pães e dos peixes, convida as multidões, que o procuram, a refletir sobre o que aconteceu, para entender seu significado. Eles haviam comido aquele alimento compartilhado e puderam ver como, mesmo com poucos recursos, graças à generosidade e coragem de um jovem, que colocou à disposição dos outros o que ele tinha, todos foram alimentados até a saciedade”. O sinal era claro, destacou o Papa: “se cada um der aos outros o que tem, com a ajuda de Deus, mesmo com pouco, todos podem ter algo”. E, em vez disso, eles não entenderam – completou o Santo Padre: “confundiram Jesus com uma espécie de mágico, e voltaram para procurá-lo, esperando que repetisse o prodígio como se fosse uma magia”. “Eles foram protagonistas de uma experiência para seu caminho, mas não compreenderam o significado dela: sua atenção estava voltada apenas para os pães e peixes, para o alimento material, que acabou imediatamente – continuou o Papa. Eles não perceberam que isso era apenas um instrumento, que o Pai, enquanto saciava a fome deles, lhes revelava algo muito mais importante: o modo de vida que dura para sempre e o sabor do pão que sacia para além da medida”. O verdadeiro pão, em resumo, – disse o Papa – “era e é Jesus, seu Filho amado feito homem, que veio para compartilhar nossa pobreza para nos conduzir, por meio dela, à alegria da plena comunhão com Deus e com nossos irmãos e irmãs, em dom”. “As coisas materiais não preenchem a vida: somente o amor pode preenchê-la. E para que isso aconteça, o caminho a ser seguido é o da caridade que não guarda nada para si, mas compartilha tudo”, observou o Santo Padre. “Isso não acontece também em nossas famílias? Pensemos naqueles pais que lutam a vida inteira para educar bem seus filhos e deixar-lhes algo para o futuro. Como é bonito quando essa mensagem é compreendida, e os filhos são gratos e, por sua vez, tornam-se solidários uns com os outros como irmãos! E como é triste, ao contrário, quando eles brigam por herança, e talvez não se falem por anos”, enfatizou. A mensagem da mamãe e do papai, seu legado mais precioso, não é o dinheiro, – enfatizou o Papa – “mas o amor com o qual eles dão a seus filhos tudo o que têm, assim como Deus faz conosco, e dessa forma eles nos ensinam a amar”. “Vamos nos perguntar, então: qual é a minha relação com as coisas materiais? Eu sou escravo delas ou as uso livremente, como instrumentos para dar e receber amor? Sei dizer “obrigado” a Deus e a meus irmãos e irmãs pelos dons recebidos e compartilhá-los? Francisco concluiu pedindo a Maria, que deu a Jesus toda a sua vida, que nos ensine a fazer de todas as coisas um instrumento de amor.
Eucaristia solene em honra do padroeiro da Paróquia

Na próxima Terça-Feira, dia 6, a comunidade Paroquial de S. Salvador de Ramalde irá prestar homenagem àquele que foi escolhido pelos antepassados como intercessor e protector junto de Deus. Para assinalar festivamente este dia, haverá a celebração de uma Eucaristia solene em honra do padroeiro da nosa paróquia, São Salvador, às 19H30. Todos os paroquianos estão convidados a participar nesta celebração.
XVIII Domingo do Tempo Comum

No XVIII Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus que, em certo sentido, é uma continuidade do tema do passado Domingo, evidencia a vontade manifestada por Deus em alimentar todos, não apenas com o alimento físico, mas também com o alimento que será o caminho para uma vida plena e em abundância. Esse alimento é dado por Deus em Jesus Cristo, aquele que é o pão da vida e que está connosco para nos alimentar e fortalecer na nossa caminhada. I LEITURA (Ex 16,2-4.12-15), A primeira Leitura, retirada do Livro do Êxodo, fala-nos da presença de Deus na caminhada do povo pelo deserto em direcção à terra prometida, depois de ter sido libertado da escravidão do Egipto. Nesse caminho de libertação o povo enfrenta algumas dificuldades, designadamente a falta de alimentos, o que o leva a murmurar contra Deus e, numa atitude de desespero, chega mesmo a desejar voltar à vida de escravidão no Egipto, onde não havia escassez de comida. Apesar de ter visto as maravilhas que o Senhor operou para os libertar da escravidão, o povo não aprendeu a acreditar em Deus e a segui-Lo com confiança. Mas o Senhor, mais uma vez, revela a sua bondade, solicitude e preocupação com o seu povo, concedendo-lhe o alimento necessário para que continue o seu caminho. Face às dificuldades que encontramos no caminho também nós, muitas vezes, sentimo-nos desesperados e perdemos a confiança em Deus. Nesses momentos, desejamos apenas uma intervenção de Deus no sentido de que resolva as nossas dificuldades e esquecemos tantos sinais de amor e bondade que permanentemente Ele nos oferece, através dos quais nos é dado o alimento indispensável para eliminar a escravidão do pecado, que está na génese da maioria das nossas dificuldades, e nos colocarmos no caminho de libertação, de construção da verdadeira felicidade. II LEITURA (Ef 4,17.20-24) Na segunda Leitura, o apóstolo S. Paulo continua a transmissão de orientações práticas aos cristãos de Éfeso, as quais constituem um programa de vida cristã a ser seguido por todos os que se comprometeram a seguir Jesus. Paulo diz que aqueles que aderem a Jesus Cristo, o verdadeiro Pão da Vida, devem-se transformar interiormente, abandonando o “homem velho”, caracterizado por atitudes de egoísmo e por ter o coração fechado a Deus e aos irmãos, e fazendo nascer o “homem novo”, criado à imagem de Deus na justiça e santidade, em que a partilha e a abertura a Deus e aos outros sejam sinal de uma efectiva conversão à vida nova proposta por Jesus Cristo. Todos os que fomos baptizados tornámo-nos Filhos de Deus e novas criaturas, pelo que, como diz Paulo, devemos “abandonar a vida de outrora” e viver em consonância com a nossa adesão a Cristo. EVANGELHO (Jo 6,24-35), No Evangelho, a multidão continua a procurar Jesus Cristo, mas simplesmente para buscar o alimento que sacie a fome física e não porque esteja entusiasmada pela sua pregação. Jesus, percebendo bem as motivações da multidão, interpela-a: «Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará». Jesus diz claramente que a verdadeira motivação de ir ao seu encontro não deve ser a procura de milagres, de soluções fáceis para os problemas, mas sim a procura daquele alimento que dura até à vida eterna e que é Ele mesmo: “Eu sou o pão da vida: quem vem a mim nunca mais terá fome, quem acredita em mim nunca mais terá sede”. De facto, Jesus é o verdadeiro alimento que sacia a fome de vida e de felicidade do homem. A sua mensagem é o caminho pelo qual o homem pode alcançar a verdadeira felicidade, a vida eterna. Torna-se, por isso, necessário acreditar e confiar em Jesus, pois só assim é que conseguiremos aceder a esse “pão” que é capaz de alimentar a caminhada em direcção a uma vida plena e abundante. Só acreditando em Jesus é que se realizará o que Ele próprio nos veio trazer: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Viver a Palavra

Evangelho de Mateus 13,54-58 Em sua terra natal, Jesus não foi acolhido e sobre ele foram feitos questionamentos: de onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Ele não é filho do carpinteiro e sua mãe não se chama Maria? Jesus ali não fez muitos milagres, porque eles não tinham fé. Como viver esse Evangelho no dia de hoje? Os conterrâneos conheciam Jesus por sua condição humilde e agora o desprezaram por inveja. A inveja, ao invés, do reconhecimento e admiração, do alegrar-se pelo outro, faz o contrário: o desconsidera. Como não se consegue fazer o que o outro faz, se rejeita o outro! Como gostaria de ter o esposo ou esposa que a outra tem! Ter o carro que ele possui! Cobiçar coisas e rejeitar pessoas. Do Evangelho entendemos que isso tem a ver com a falta de fé. Palavras do Santo Padre Detenhamo-nos na atitude dos concidadãos de Jesus. Poderíamos dizer que eles conhecem Jesus, mas não o reconhecem. Há uma diferença entre conhecer e reconhecer. (…) na verdade, nunca repararam quem é realmente Jesus. Limitam-se à exterioridade e rejeitam a novidade de Jesus. E aqui entramos diretamente no cerne do problema: quando deixamos prevalecer o conforto do hábito e a ditadura dos preconceitos, é difícil abrirmo-nos à novidade e deixarmo-nos surpreender. (…) Mas sem abertura à novidade e acima de tudo – escutai bem – abertura às surpresas de Deus, sem espanto, a fé torna-se uma ladainha cansada que morre lentamente e se torna um hábito, um hábito social. Eu disse uma palavra: espanto. O que é o espanto? O espanto é precisamente quando o encontro com Deus acontece: «Encontrei o Senhor». Mas leiamos o Evangelho: muitas vezes, as pessoas que encontram Jesus e o reconhecem, sentem-se maravilhadas. E nós, mediante o encontro com Deus, devemos seguir por este caminho: sentir maravilha. É como o certificado de garantia de que esse encontro é verdadeiro, não é habitual. (Angelus de 4 de julho de 2021)
Os julgadores das redes sociais

Somos todos os reis da coragem quando estamos atrás do ecrã. Levamos bandeiras pouco discretas e arrancamos a pés juntos se não gostamos de alguma coisa que lemos ou vemos. Mais ainda, trucidamos qualquer pessoa caso não concordemos com ela, abalando esse território de guerra que assumimos ser nosso nas redes sociais. De vez em quando leio os comentários que aparecem numa notícia polémica ou num post mais reivindicativo… é simplesmente assustador. Não só o conteúdo, mas a agressividade implícita nas palavras que se escrevem. De onde é que vem esta atitude, e tão generalizada? Como é que nos tornámos estas pessoas que só apontam o dedo ao outro e, tantas vezes, de forma tão profundamente infundada? A resposta é simples. Pelo menos a meu ver. Em primeiro lugar as pessoas, no geral, não têm um espaço seguro para expressar aquilo que sentem. Gerem mal a sua raiva, a sua frustração; e, como assim é, não conseguem deixar de a dirigir (ou de a disparar?) para todos os lados. De forma descompensada, gratuita e muito pouco inteligente. Este é também um espelho do quanto comunicamos mal uns com os outros. Alguém faz alguma coisa que não gostamos e, em vez de conversar com a pessoa em questão sobre isso, amuamos, fingimos que a pessoa não existe ou pensamos numa estratégia para lhe fazer o mesmo mais tarde. Precisamos de uma reeducação ao nível das competências emocionais e sociais. Precisamos de tratar mais os outros como pessoas e não como perfis “vazios” nas redes sociais. Precisamos de julgar menos e de perguntar mais vezes se precisam de alguma coisa. Precisamos de contar até dez antes de responder quando estivermos irritados ou zangados. E precisamos de desenvolver um nível de simpatia razoável com as pessoas que se cruzam connosco todos os dias: no trânsito, nos transportes, no aeroporto, na escola, no trabalho, nas redes sociais. Falamos tanto das guerras que se passam lá fora mas depois somos os primeiros a incendiar os outros com as nossas tochas de raiva mal gerida e mal guiada. Nunca esta frase fez tanto sentido: “Mais amor, por favor!” (© iMissio)