A Caridade

Apontamentos da segunda sessão da Escola da Fé realizada no passado dia 7, que teve como tema “A CARIDADE”.

O Plano Diocesano da Pastoral para 2017/18, cujo lema é “Movidos pelo Amor de Deus”, aponta para uma acção pastoral centrada na vivência da caridade como manifestação do Amor de Deus, um Amor que nos move e comove.
Muitas vezes, a caridade é compreendida como um mero acto de auxílio aos mais necessitados e desfavorecidos, o que, na prática, a reduz a uma atitude de dar esmolas ou quaisquer bens materiais, tornando-a num acto de solidariedade assistencial.
Contudo, a caridade cristã não se resume a um gesto de solidariedade ou a uma acção assistencial e filantrópica. 
A caridade não se baseia num simples acto de solidariedade, pois, em termos evangélicos e teologais, o seu verdadeiro significado é Amor. Assim, quando reflectimos sobre a caridade devemos considerar que ela é expressão do Amor de Deus.
Neste sentido, a caridade é a própria identidade de Deus, tem a ver com o próprio ser de Deus. Como definiu S. João, Deus é Amor, e como dizia S. Paulo na sua carta aos Coríntios, “agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor, mas a maior de todos é o amor.
Além disso, a caridade(amor) é uma das três virtudes teologais, pela qual amamos a Deus, por si mesmo, e o nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus.

A caridade é a própria natureza de Deus, é o facto de que Deus me ama com o mesmo amor com o qual Se ama a Si mesmo. É justamente pelo facto de Deus me amar e me envolver na Sua dinâmica do amor, que me torno capaz de amar com o mesmo amor: esta é a caridade cristã.
A caridade cristã só se compreende perfeitamente a partir de um Deus-Amor que se fez presente e próximo nas palavras e acções de Jesus Cristo. É esse Amor infundido em nossos corações pelo Espirito Santo que nos leva a participar do próprio amor de Jesus Cristo e, dessa forma, viver a caridade de Cristo.
Somos todos chamados a dar testemunho da caridade, a demonstrar, por acções concretas, que ela é a essência da vida cristã e eclesial.

Como refere o Plano Diocesano, a Igreja, na sua missão, deve cuidar do serviço da caridade, como cuida dos Sacramentos e do anúncio da Palavra.
Neste sentido, o plano apresenta como principal objectivo uma Igreja que viva da caridade, a caridade e em caridade, o que passa indubitavelmente pelo seu anúncio, pela sua celebração e pelo seu testemunho.
O Plano Diocesano propõe a forma e os meios que podem ajudar a concretizar o objectivo proposto, dos quais realça o acolhimento, a integração e o acompanhamento das pessoas com deficiência na vida comunitária e sacramental, a visita as doentes e aos presos, a atenção aos sem abrigo e a aproximação aos emigrantes, imigrantes e refugiados.
É necessário que os crentes tomem consciência de que devem viver a caridade, como princípio de vida cristã e como dimensão fundamental da comunidade eclesial.

Neste e noutros aspectos o Plano Diocesano expressa a vontade da Igreja do Porto, particularmente do seu saudoso Bispo, D. António Francisco, ser uma Igreja atenta às periferias existenciais e capaz de colocar a caridade como principal prioridade da sua missão.

A próxima sessão realizar-se-á no dia 5 de Dezembro e terá como tema: “O morrer humano” – reflexão sobre a eutanásia.

APRESENTAÇÃO DA SESSÃO DE NOVEMBRO