Centenário das Aparições

Resumo da sessão da Escola da Fé realizada em Maio.

No ano em que se comemora o centenário das aparições em Fátima, impunha-se dedicar uma sessão a este tema.
As aparições marianas, também chamadas mariofanias, são manifestações de Maria a uma ou mais pessoas, num lugar e num determinado tempo histórico.
Das muitas “aparições” ou manifestações da Virgem Maria registadas ao longo da história da Igreja, sobretudo nos séculos XIX e XX, apenas um reduzido número foi oficialmente reconhecido pelas autoridades eclesiásticas. Das poucas que foram reconhecidas, destacam-se as acontecidas em La Salete, Lourdes e Fátima, as quais deram origem a lugares de culto e peregrinação.
Mais importante do que saber se em Fátima houve uma “aparição” ou “visão”, se bem que entre elas há significativas diferenças (ver apresentação), é tentar entender as mariofanias como uma manifestação de Deus que, por Maria, quer transmitir uma mensagem a toda a humanidade.

Para compreender no âmbito da fé as aparições em Fátima, torna-se necessário conhecer o que diz a doutrina da Igreja, nomeadamente sobre a “revelação pública” e “revelação privada”.
Enquanto que a pública se refere à acção reveladora de Deus que se destina a toda a humanidade e está expressa no Antigo e Novo Testamentos, sendo de aplicação universal, a “revelação privada” são todas as visões e revelações acontecidas depois da conclusão do Novo Testamento, comprometendo os destinatários e não implicando no acolhimento pelos demais. Deste modo, Fátima deve ser incluída na categoria de “revelação privada”, o que não lhe retira o mínimo de importância no contexto das aparições marianas. Como refere o Catecismo da Igreja Católica, «No decurso dos séculos tem havido revelações ditas “privadas”, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. (…) O seu papel não é (…) “completar” a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente numa determinada época da história» (67).

Depois de observarmos o contexto social, politico e religioso existente em Portugal e no mundo, no ano de 1917, foi analisado o que de mais relevante foi transmitido nas três aparições do Anjo e nas seis aparições de Nossa Senhora (ver apresentação).

Muitas leituras e interpretações podem ser feitas sobre as aparições em Fátima, contudo, é a reflexão teológica aquela que deve ser o objecto principal de análise e reflexão pelos cristãos. Nas mensagens transmitidas pelo Anjo e por Nossa Senhora há três elementos fundamentais: o arrependimento e conversão, a oração e a devoção eucarística. Estes elementos que, na sua essência, apontam para o Evangelho, além de nos interpelar, mostra a actualidade da mensagem de Fátima e a sua implicação na vida cristã.

A este propósito, S. João Paulo II disse numa homília, no ano de 1982: o conteúdo do apelo de Nossa Senhora de Fátima está tão profundamente radicado no Evangelho e em toda a Tradição, que a Igreja se sente interpelada por essa mensagem. A Mensagem é dirigida a todos os seres humanos. … Devido ao aumento contínuo do pecado e dos perigos, como uma guerra nuclear que hoje ameaça a humanidade, a Mensagem de Fátima é mais urgente e relevante no nosso tempo do que era quando Nossa Senhora apareceu há sessenta e cinco anos.

APRESENTAÇÃO DA SESSÃO DE MAIO