Exortação “Amoris laetitia” – A realidade e desafios das famílias

Resumo das sessões de Outubro e Novembro, ambas dedicadas a uma reflexão sobre o capítulo II- Realidade e desafios da família – da Exortação Apostólica “Amoris Laetitia” (Alegria do amor) sobre o amor na família.

Esta segunda Exortação do Papa Francisco, datada de 19 de Março de 2016, dia da Solenidade de S. José, e publicada em Abril do mesmo ano, resulta, principalmente, das reflexões de dois sínodos sobre a família convocados pelo Papa em 2014 e 2015, mas também de alguns contributos de conferências episcopais e de documentos da Igreja publicados por alguns dos seus predecessores.
A Exortação tem nove capítulos e 325 parágrafos, nos quais o Papa aborda a realidade e desafios das famílias de hoje, passando a sua reflexão por temas polémicos e muito discutidos, tais como o matrimónio, a educação dos filhos, a sexualidade, o divórcio, entre outros.

Numa breve análise aos parágrafos relativos à introdução, realçamos o convite do Papa a uma leitura da Exortação meditada e sem pressa, bem como a sua esperança de que, pela leitura, as pessoas despertem para o cuidar com amor a vida das famílias, pois, na sua opinião, elas não são um problema, mas uma oportunidade.

Numa breve passagem sobre o capítulo I – à Luz da Palavra – o Papa começa por dizer que “a Bíblia aparece cheia de famílias, gerações, histórias de amor e de crises familiares e indica a Palavra de Deus “como uma companheira de viagem, mesmo para as famílias que estão em crise ou imersas nalguma tribulação, mostrando-lhes a meta do caminho”.
Na sua reflexão a partir da Sagrada Escritura, o Papa utiliza o salmo 128, usado na liturgia matrimonial judaica e cristã, e algumas passagens do Livro do Génesis, para representar a concepção original do casal humano e da família.

Entrando no tema principal da sessão, o capítulo II, no qual o Papa, com base na realidade e de “pés bem assentes no chão”, faz um diagnóstico da situação das famílias, foi então feita uma análise aos principais pontos indicados como problemas das famílias actuais que, no dizer do Papa, devem ser olhados como desafios: o individualismo exagerado, o auto-isolamento, o egoísmo, problemas sociais e culturais, nomeadamente a desvalorização do matrimónio e da família, o desemprego dos jovens e a sua independência economia, a precariedade do trabalho, a falta de habitação digna, a cultura do provisório, as jornadas de trabalho, o respeito pelos idosos, a atenção pelas pessoas deficientes, a desconstrução jurídica da família, de que são exemplo a legislação sobre o aborto, a união de pessoas do mesmo sexo e a eutanásia.
O Papa aponta ainda o enfraquecimento da fé e da prática religiosa, bem como os divórcios, que têm sempre consequências negativas para os pais, os filhos, a família em geral e para a própria sociedade, como dificuldades que impedem a estabilidade das famílias.

Nestas sessões, que contaram com participantes bastante interventivos, foi feita a análise, discussão e esclarecimento de algumas das matérias constantes nos primeiros capítulos da Exortação, o que contribui para um melhor conhecimento e compreensão da realidade das famílias do nosso tempo e uma maior identificação com os desafios que se colocam hoje à pastoral da Igreja.

Na próxima sessão, a realizar no dia 6 de Dezembro, será dedicada ao tema “O amor no matrimónio”.

CONTEÚDO DA APRESENTAÇÃO DA SESSÃO