Misericordiae Vultus – O Rosto da Misericórdia

Na passada Terça-Feira, dia 6 de Outubro, realizou-se a primeira sessão deste ano da Escola da Fé.
Aproximando-se o começo de um tempo especial para a Igreja, a celebração de um Ano Santo, impunha-se que, nesta sessão, fosse feita uma primeira abordagem ao documento pelo qual o Papa Francisco proclamou o ano Santo da Misericórdia: Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Breve resumo das matérias abordadas e debatidas nesta sessão.

A celebração do Jubileu tem origem na tradição hebraica, encontrando-se os seus fundamentos bíblicos no Antigo Testamento, designadamente nos Livros do Êxodo e Levítico.
O ano sabático e o ano Jubilar eram um tempo de graça, de perdão, de libertação para o homem e a natureza, que acontecia de 7 em 7 anos e de 50 em 50 anos, respectivamente.
O Jubileu hebraico caracterizava-se por quatro obrigações: o descanso da terra, a restituição dos bens imóveis aos primitivos donos, a libertação dos escravos e o perdão das dívidas.
Na sequência da tradição hebraica a Igreja Católica passou a proclamar um ano Jubilar, dando-lhe, porém, um sentido marcadamente espiritual. Assim, na tradição católica, o Jubileu é um tempo de graça destinado a promover a santidade de vida. Durante um ano, os católicos são exortados a consolidar a fé e a favorecer as obras de misericórdia e de comunhão fraterna.

O primeiro Jubileu, mais tarde designado também por Ano Santo, foi proclamado em 1930.
O Ano Santo pode ser ordinário ou extraordinário, sendo que a celebração ordinária ocorre de 25 em 25 anos.
O jubileu agora proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo extraordinário, que será dedicado à Misericórdia.
A abertura do ano Santo acontecerá em 8 de Dezembro próximo, uma data que coincidirá com a celebração do 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, que ocorreu em 1965.
Durante o Ano Santo, que tem como lema “Misericordiosos como o Pai”, o Papa convida-nos a “fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai”.
Depois de referir que “a Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus”, o Papa diz-nos que “chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão”.
Por isso, “onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos – qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia”.

Principais propostas do Papa para celebrar e viver este Ano Santo da Misericórdia:
– Ser instrumentos do perdão, porque primeiro o obtivemos nós de Deus.
– Colocar novamente no centro o sacramento da Reconciliação.
– A Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus.
– Praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais.
– Incrementar nas dioceses a iniciativa “24 horas para o Senhor”.
– Uma abertura para o diálogo com outras religiões, principalmente com o Judaísmo e Islamismo.
-Ir às periferias, ao encontro de situações de precariedade e sofrimento, sair da indiferença que humilha, da habituação que anestesia, e do cinismo que destrói.

Na próxima sessão, agendada para o dia 3 de Novembro, continuaremos a analisar o documento “Misericordiae Vultos – O rosto da Misericórdia”. Desta vez, propomo-nos fazer uma reflexão e contemplação do mistério da misericórdia.

APRESENTAÇÃO DA 1ª SESSÃO DA ESCOLA DA FÉ