O Amor no Matrimónio

Na sessão realizado em 5 de Dezembro, foi desenvolvido o tema do IV capítulo da Exortação Apostólica “Amoris laetitia“, o Amor no Matrimónio.

A sessão iniciou-se com o cântico litúrgico próprio do tempo de Advento, “Maranatha”.

Nos números deste capítulo, o Papa define, de forma clara e objectiva, o comportamento e as atitudes que devem orientar o relacionamento conjugal e familiar. Partindo do Hino ao Amor escrito por S. Paulo (1 Cor 13, 4-7) – “O amor é paciente, é prestável; não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, nem guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” – o Papa faz uma reflexão sobre as principais características do amor no matrimónio.

A paciência, que não significa tudo aceitar ou ter uma atitude passiva, é o sentimento fundamental para as relações conjugais e familiares. Ter paciência, que na tradução grega de um texto do Antigo testamento exprime um Deus “lento para a ira”, é o sentimento que permite aceitar os outros tal qual eles são, mesmo quando agem de modo diferente do que eu desejo, aceitá-los com misericórdia, justamente com a mesma misericórdia que Deus tem por cada um de nós.
O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Esta definição do amor traduz-se, no seu conjunto, pelas seguintes atitudes dos esposos:
– Falar bem do outro e procurar mostrar mais o lado bom do cônjuge do que as suas fraquezas e erros;
– Reconhecer que o outro não é só o que me incomoda, mas é muito mais do que isso;
– Reconhecer o «facto de o amor (do cônjuge) ser imperfeito não significa que seja falso ou que não seja real»: «amor convive com a imperfeição» (A.L. 113).

O amor conjugal requer uma aprendizagem permanente e exige uma dinâmica de crescimento contínuo, sem o que não será possível tornar-se numa verdadeira fonte de bem-estar. Como nos diz o Papa, há três expressões que são a chave de um bom relacionamento conjugal: “com licença”, “desculpa” e “obrigado”. «Quando numa família não somos invasores e pedimos “com licença”, quando na família não somos egoístas e aprendemos a dizer “obrigado”, e quando na família nos damos conta de que fizemos algo incorrecto e pedimos “desculpa”, nessa família existe paz e alegria». (AL 133)

A transformação do amor
O Papa comentou as transformações do amor que decorrem do alongamento da vida, algo que não acontecia noutros tempos.
E sobre esta realidade, cada vez mais comum nos nossos tempos, o Papa diz-nos:”A aparência física transforma-se e a atração amorosa não desaparece, mas muda: com o tempo, o desejo sexual pode transformar-se em desejo de intimidade e «cumplicidade». «Não é possível prometer que teremos os mesmos sentimentos durante a vida inteira; mas podemos ter um projeto comum estável, comprometer-nos a amar-nos e a viver unidos até que a morte nos separe, e viver sempre uma rica intimidade» (AL 163).

A sessão continuou com uma reflexão sobre a forma a forma de agir da Igreja perante aqueles que receberam o sacramento do matrimónio e que, por razões diversas, deixaram de viver em consonância com o sacramento recebido.
Nestas circunstâncias, a Igreja não deve julgar todos por igual, pois cada caso é um caso, e ter em atenção muitas das pessoas que se encontram nesta situação difícil estão em sofrimento. Por isso, a Igreja deve acompanhar, discernir e integrar, pois o seu “caminho é sempre o de Jesus: o caminho da misericórdia e da integração” (AL 296)

De realçar o bom número de paroquianos presentes, bem como a sua participação na análise e discussão das matérias relativas ao tema tratado nesta sessão.

APRESENTAÇÃO DA SESSÃO DE DEZEMBRO