Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

Com o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor inicia-se a Semana Santa, designada também por Semana Maior, período que celebra a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Esta semana, que constitui o centro do ano litúrgico, os cristãos são chamados a reviver os acontecimentos mais importantes da História da Salvação, o que implica necessariamente na sua participação nas celebrações que constituem o Tríduo Pascal: a Eucaristia da Ceia do Senhor, na Quinta-Feira, a Paixão e Morte do Senhor, na Sexta-Feira, e a Vigília Pascal da Ressurreição do Senhor, no Sábado.

Neste Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, a Palavra de Deus relata-nos, na primeira parte, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde é aclamado pelo povo – «Hossana ao Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» – e, na segunda parte, convida-nos a contemplar os últimos momentos da vida de Jesus, na narração da Sua Paixão e Morte.

I Leitura (Is 50, 4-7)
A leitura de hoje corresponde aos primeiros versículos do “Terceiro Cântico do Servo do Senhor”. O autor do cântico fala de um Servo, chamado por Deus para a missão de anunciar a Palavra da salvação. Pelo facto de não ter resistido nem recusado o chamamento divino, o Servo sente-se acompanhado, protegido e conduzido pelo Senhor para cumprir a sua missão. Esta certeza leva-o a resistir às incompreensões, às agressões e injúrias dos inimigos, de tal forma que, em todas as situações, assumiu uma atitude pacífica, demonstrando uma fé inabalável e uma confiança plena em Deus.
Este Servo sofredor revela-se plenamente em Jesus Cristo, particularmente no relato da sua Paixão.

II Leitura (Filip 2, 6-11)
Na sua carta aos Filipenses, S. Paulo inclui um dos hinos Cristológicos mais antigos.
Este hino apresenta-nos dois movimentos: um descendente e outro ascendente, através dos quais Deus, por meio de seu Filho, se aproxima da humanidade e concede a aproximação desta com Ele, demonstrando o seu grande Amor por todos.
E por esse Amor enviou o seu Filho, Jesus Cristo, que pela sua encarnação assumiu a condição humana e pela sua morte de cruz, em obediência a Deus e numa doação total e incondicional por amor aos outros, foi elevado como Senhor de toda a criação.
Que este hino cristológico nos faça tomar consciência de que seguir Jesus Cristo implica conformar toda a nossa existência com os seus gestos e atitudes, ou seja, ser como Ele, o servo sofredor, obediente e humilde, que fez da sua vida um dom para todos.

Evangelho Mc 14, 1-15, 47
O sempre impressionante relato da Paixão leva-nos a recordar os últimos momentos vividos intensamente por Jesus no duro caminho percorrido em direcção à Páscoa, à sua passagem da morte para a ressurreição. Nesse caminho, Jesus foi abandonado por todos, incluindo o silêncio e a aparente ausência de Deus, chicoteado cruelmente, escarnecido, pregado na cruz e executado, passando por todos estes acontecimentos dramáticos para manifestar a total fidelidade ao plano de amor do Pai e cumprir a missão de redimir e salvar toda a humanidade.
Este Evangelho convida-nos a contemplar a Paixão e Morte de Jesus Cristo, que por amor se entregou por todos nós, e a celebrar com alegria e esperança o amor de Deus manifestado pela morte de Cristo na Cruz.
Como nos recorda o Papa Francisco: “no mistério da Cruz, encontramos a história do homem e a história de Deus. Ele quis assumir a nossa história e caminhar connosco: inclinou-se, tornando-se homem, enquanto nós nos queríamos elevar, e assumiu a condição de servo, sendo obediente até a morte na cruz, para nos levantar”.

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR