III Domingo do Advento

No III Domingo do Advento, que é tradicionalmente denominado de Domingo “Gaudete” ou da Alegria, a Palavra de Deus, a Palavra de Deus, que nos Domingos anteriores convidou-nos a vigiar e preparar a chegada do Senhor, convida-nos hoje a viver num clima de alegria, pelo facto de estar cada vez mais próxima a celebração da vinda de Jesus, Aquele que é a presença libertadora e salvadora de Deus no meio dos homens.
Como refere o Papa Francisco, a alegria que os cristãos devem procurar viver é “a alegria de cada um de nós qundo descobrimos a proximidade e a presença consoladora de Jesus na nossa vida, uma presença que transforma o coração e nos abre às necessidades e ao acolhimento dos irmãos, especialmente os mais fracos”.

I Leitura (Is 61,1-2.10-11)

“Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no meu Deus”
Depois dos exilados regressarem e darem início à reconstrução de Jerusalém, a vida do povo de Israel tornou-se difícil.  As desigualdades sociais, a pobreza, as injustiças e as marginalizações que tiveram de enfrentar motivaram uma grande desilusão, uma desesperança e uma profunda tristeza.
Neste contexto, o profeta apresenta-se como ungido e enviado do Senhor para anunciar a boa nova aos pobres, curar os corações atribulados proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos prisioneiros.
É o anúncio da promessa de Deus voltar para libertar e salvar o seu povo, para dar início a um tempo novo, um tempo de justiça que distinguirá sobretudo os oprimidos, os excluídos e os mais necessitados. Perante a promessa de salvação, o povo, que tinha desejos de sair da situação em que vivia, encheu-se de alegria e retomou o caminho de fé e esperança em Deus.
Esta promessa de salvação concretizou-se em Jesus Cristo quando, depois de proclamar esta passagem de Isaías na sinagoga de Nazaré, declarou: “hoje cumpriu-se esta passagem da Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4, 21). Na verdade, Jesus, que veio, vem e virá, é o motivo da nossa alegria e a esperança da nossa salvação.

II Leitura (1 Tes 5,16-24)

“Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias”
Na carta que é o primeiro escrito do Novo Testamento, Paulo transmite à comunidade de Tessalónica alguns conselhos sobre a maneira como deve esperar a vinda do Senhor.
Paulo exorta a comunidade a pautar sua vida na alegria e na oração, particularmente a de acção de graças, porque esta é a única forma de manifestar a sua fidelidade ao Evangelho e a sua esperança na salvação.
Paulo recomenda também que abram os seus corações ao Espírito, não abandonem os seus dons, renunciem a toda a espécie de mal e, por fim, pede que Deus os santifique totalmente,  (espírito, alma e corpo) para que todo o seu ser (espírito, alma e corpo)  se conserve irrepreensível para a chegada do Senhor.
Apesar da distância de séculos, os conselhos de Paulo mantêm-se completamente actuais. Os cristãos de hoje também devem viver o tempo de espera com os corações abertos ao Espírito Santo e aos seus dons, com muita alegria e infinitamente agradecidos pela salvação que Deus nos oferece.

Evangelho (Jo 1,6-8.19-28)

“Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz”

Num tempo em que havia uma grande expectativa acerca da vinda de um messias, a figura e o testemunho de João Baptista eram inquietantes e suscitaram algumas dúvidas. Neste contexto, os líderes das autoridades judaicas enviaram a João representantes para lhe perguntar se ele era realmente o messias esperado. No entanto, João afirma-lhes que não era o messias, nem Elias, nem profeta, mas era simplesmente uma voz que clama no deserto que tinha a missão de dar testemunho da luz, de preparar o caminho d’Aquele que já se encontrava no meio deles e que, pelo baptismo no Espírito, irá transformar os corações dos homens. Esse sim é o Messias prometido, Jesus Cristo, que terá a missão de libertar e salvar todos os homens, realizando assim o desígnio salvífico de Deus para toda a humanidade.
Como João, os cristãos têm a missão de dar testemunho de Jesus Cristo, a luz da vida, no mundo, um testemunho que, para ser credível, precisa de ser dado não só por palavras, mas principalmente por obras.

III DOMINGO DO ADVENTO