Viver a Palavra

Evangelho de João 6,22-29

Depois da multiplicação dos pães, a multidão foi até Jesus e ele lhes disse: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna.

Como viver esse Evangelho no dia de hoje?

Deus percebe quando as nossas ações são interesseiras. Quando a coisa aperta há quem faça promessas, convoque corrente de orações, implore ajuda de Deus. Depois que passa o furacão, nem se lembra mais de Deus, de agradecer. A pessoa vê Deus como um bombeiro que a socorre nos perigos, mas ainda está longe de reconhecer nele aquele Paizinho que a ama incondicionalmente e que por ela também é amado.

PALAVRAS DO SANTO PADRE

 Este é um caso em que Jesus corrige a atitude das pessoas, da multidão, porque a meio do caminho se desviou um pouco do primeiro momento, da primeira consolação espiritual, e empreendeu um caminho que não era certo, uma via mais mundana do que evangélica.

Isto faz-nos pensar que muitas vezes na vida começamos a seguir Jesus, a ir atrás de Jesus, com os valores do Evangelho, e no meio do caminho mudamos de ideia, vemos alguns sinais, afastamo-nos e conformamo-nos com algo mais temporal, mais material, mais mundano – talvez – e perdemos a memória daquele primeiro entusiasmo que tivemos quando ouvimos Jesus falar. O Senhor faz-nos regressar sempre ao primeiro encontro, ao primeiro momento em que Ele olhou para nós, em que nos falou e fez nascer em nós o desejo de o seguir. É uma graça a pedir ao Senhor, porque nós, na vida, teremos sempre esta tentação de nos afastar porque vemos outra coisa: “Isto vai correr bem, essa ideia é boa…”. Assim afastamo-nos. A graça de voltar sempre à primeira chamada, ao primeiro momento: não esqueçamos, não esqueçamos a nossa história, quando Jesus olhou para nós com amor e disse: “Este é o teu caminho”; (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 27 de abril de 2020)