Invoca Deus Pai, cerra os punhos, sorri… e começa de novo.

Todos aguardamos um futuro melhor, precisamos muito dele principalmente neste tempo de guerras e violência generalizada, mas não sabemos a quem confiar a árdua tarefa desta responsabilidade.

No passado dia 20, completaram-se 31 anos em que o Venerável D. Tonino Bello partiu para os braços de Deus. Na leitura de vários textos deste santo homem e refletindo sobre os tempos sombrios que vivemos hoje, recordei-me de um texto de São Leão Magno, Papa:

«Nunca te rendas.

nem mesmo quando o cansaço se faz sentir,

nem mesmo quando os teus pés tropeçam,

nem mesmo quando os teus olhos queimam,

nem mesmo quando os teus esforços são ignorados,

nem mesmo quando a decepção te desagrada,

nem mesmo quando os erros te desencorajam,

nem mesmo quando a traição te magoa,

nem mesmo quando o sucesso te abandona,

nem quando a ingratidão te desanima,

nem quando a incompreensão te cerca,

nem quando o tédio te derruba,

nem quando tudo parece nada,

nem quando o peso do pecado te esmaga…

Invoca Deus Pai, cerra os punhos, sorri…

e começa de novo.»

É legítimo desejar um futuro melhor e esperamos que isso se concretize em breve, mas não podemos pensar que a resposta virá de, sabe-se lá quem ou de um movimento qualquer.

O passado agora ficou para trás. O futuro ainda não possuímos. Só temos o presente! Só temos o hoje para viver como tempo de mudança e de conversão.

O nosso hoje é o espaço e o tempo para prepararmos o futuro com responsabilidade. Esse futuro só pode ser cozinhado dentro do quotidiano que, muitas vezes é cansativo, repetitivo e banal. A mudança começa hoje, agora, de mim, de cada um de nós, sem esperar o amanhã ou alguma solução milagrosa. Hoje é-me pedido o compromisso responsável e apaixonado, de fazer o bem na família, no trabalho, onde me divirto, nos meus tempos livres…

A mudança começa todos os dias em ser honesto, fiel à minha vocação, responsável pelos meus deveres, observando e avaliando o meu estilo de vida, as minhas escolhas, as minha relações afetivas e sociais, na decisão de não comprometer os valores em que acredito, de não buscar a felicidade nas coisas, no sucesso…

Não podemos mudar o Mundo, mas podemos tentar transformar o nosso pequeno universo, aquele que depende de nós. Mesmo quando desanimamos; desiludimos-nos; desapontamos-nos, ficamos frustrados pelo rumo que o Homem segue, caímos com o peso dos nossos erros e pecados…

«Invoca Deus Pai, cerra os punhos, sorri…

e começa de novo.»

Na fé já somos filhos abençoados, em virtude do nosso batismo, mas também somos chamados a assumir cada vez mais a bênção do Senhor, para nos tornarmos uma bênção para os outros, para o mundo.

(© iMissio)